O diretor da Central de Inteligência Americana (CIA) Mike Pompeo atuou como enviado do presidente Donald Trump em um encontro secreto com o ditador norte-coreano Kim Jong-un há pouco mais de duas semanas, afirmou nesta terça-feira o jornal americano The Washington Post. Segundo contaram à publicação duas fontes ligadas ao episódio que não tiveram a identidade revelada, a reunião aconteceu na Coreia do Norte durante o fim de semana da Páscoa (dias 31 de março e 1º de abril) e teve como objetivo “preparar o terreno” para as conversas entre Trump e Kim, que devem acontecer em maio ou junho.
Homem de confiança do presidente dos Estados Unidos, Pompeo foi indicado em 13 de março para ser o novo secretário de Estado, no lugar do demitido Rex Tillerson, mas ainda precisa ter o seu nome confirmado pelo Senado. Enquanto isso, segue como diretor da CIA.
A reunião secreta marcaria o contato diplomático mais importante entre Estados Unidos e Coreia do Norte desde 2000, quando a então secretária de Estado Madeleine Albright se encontrou com o ditador Kim Jong-il, pai do atual governante norte-coreano.
Aproximação
No início de março, Trump aceitou um convite de Kim Jong-un para um encontro entre os dois. A aproximação encerrou mais de um ano de hostilidades entre os governantes. Os EUA buscam conseguir um acordo para que a Coreia do Norte interrompa o seu programa de armas nucleares. Segundo o presidente americano, a reunião deve acontecer até o início de junho.
Durante audiência em uma comissão do Senado, como parte do processo para sua confirmação no cargo de secretário de Estado, Pompeo falou sobre as relações entre Washington e Pyongyang, mas não citou qualquer reunião. “Estou otimista de que o governo dos EUA consiga estabelecer as condições apropriadas para que o presidente e o líder da Coreia do Norte tenham uma conversa que nos coloque no caminho de atingir uma solução diplomática”, afirmou.
Nesta terça, durante encontro com o premiê japonês Shinzo Abe na Flórida, Trump deu declarações que parecem corroborar a reportagem do Post. “Nós tivemos conversas diretas em níveis altos, muito altos com a Coreia do Norte”, disse o presidente americano, sem dar mais detalhes.