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Desesperados com pobreza, refugiados sírios retornam à zona de guerra

O número de sírios retornando ao seu país natal está cada vez maior, assim como as dificuldades enfrentadas sob a condição de deslocado

Por Da Redação
18 out 2015, 07h49
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  • A Organização das Nações Unidas reportou um aumento no número de refugiados sírios que decidiram retornar para seu país após uma jornada mal sucedida como deslocados. Em julho, a média diária de retorno de sírios à terra natal foi de 66; em agosto, esse número praticamente dobrou, chegando a 129. Atualmente, cerca de 100 sírios voltam ao país diariamente, de acordo com a emissora britânica BBC.

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    A Jordânia registra a presença de 600.000 refugiados sírios atualmente, a maioria vivendo em áreas urbanas. Segundo a ONU, 86% deles vivem abaixo do nível da pobreza, e o governo jordaniano não permite que a maior parte deles trabalhe de forma legal e não oferece serviços públicos de saúde.

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    Para piorar, 229.000 deslocados vivendo fora de campos de refugiados no país tiveram seus auxílios totalmente cortados pelo Programa Mundial de Alimentos (PMA) da ONU no início de setembro devido à falta de doações internacionais, de acordo com a BBC. Diante das péssimas condições de vida e sem poder arcar com os custos de uma viagem para a Europa, muitas famílias têm de decidir entre continuar lutando por seu sustento na Jordânia ou retornar para uma zona de guerra.

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    É o caso da família de Abu Ahmed, que terá que se dividir. O sírio decidiu ficar na Jordânia com sua mãe idosa, enquanto a esposa leva as duas filhas pequenas do casal – uma delas recém-nascida – de volta para Damasco. “É uma vida difícil aqui. Minha filha bebê está muito doente e eu não posso pagar o tratamento. Na Síria, o serviço estará disponível”, contou Abu à BBC. Sua esposa lembra que a viagem até a Jordânia foi uma “tortura”. Ela segue as notícias sobre os conflitos e está ciente dos riscos de voltar. “Nós não estamos felizes em voltar, mas a situação aqui está muito ruim aqui”.

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    Para deixar a Jordânia em direção à Síria, os refugiados precisam se registrar para pegar um ônibus na região de embarque do campo de refugiados de Zaatari, localizado a 10 quilômetros de Mafraq, noroeste do país. Muitos recebem aconselhamento da ACNUR, a agência de refugiados da ONU. “A primeira coisa que dizemos para eles é que não existe lugar seguro na Síria, na perspectiva do ACNUR”, afirma Omar, um dos agentes de proteção do órgão, à BBC. “A segunda é que eles não poderão retornar à Jordânia. É uma passagem só de ida”.

    O Exército Livre da Síria também se preocupa com a segurança dos refugiados que retornarem a Síria, e afirma não possuir todas as armas necessárias para proteger as pessoas contra os cada vez mais frequentes ataques russos. Segundo o Major Issam al-Reis, porta-voz do exército, os bombardeios acabarão com a vida de muitos civis. “Nós aconselhamos nossos refugiados a não voltarem para a Síria agora, pois a situação ficará mais perigosa”, disse à BBC. Ainda assim, cada vez mais famílias estão preferindo voltar para um conflito que não mostra sinais de que chegará ao fim em vez de enfrentar a miséria e fome da Jordânia.

    (Da redação)

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