La Paz, 24 fev (EFE).- Dezenas de bolivianos portadores de deficiência física, alguns em greve de fome, acamparam nesta sexta-feira nas proximidades do Palácio do presidente Evo Morales para pedir um subsídio anual de US$ 431, após os violentos choques com a Polícia registrados na quinta-feira, que terminaram com vários feridos e sete detidos.
Os dirigentes do setor, o deputado de oposição Jaime Estivaris e Camilo Bianchi, disseram nesta sexta-feira que esperam que Morales flexibilize sua posição e aumente o subsídio que aprovou de US$ 143 anuais, igual a 40 centavos de dólar diários, que consideram insuficiente para as necessidades dos deficientes mais graves.
No acampamento improvisado na rua próxima ao Palácio de Governo, rodeado de unidades antidistúrbios, há várias pessoas com cadeiras de rodas, outras com diversas lesões e menores com paralisia cerebral acompanhados de suas mães.
Os deficientes chegaram na quinta-feira a La Paz em uma caravana, após percorrer durante 100 dias cinco regiões da Bolívia em cadeiras de rodas ou com muletas, mas não puderam se reunir com o governante, nem ingressar à praça Murillo, onde estão o Palácio de Governo e o Parlamento.
Policiais antidistúrbios bloquearam e impediram com violência a tentativa da caravana de passar, o que originou uma desordem na qual várias pessoas ficaram feridas dos dois lados, entre eles 20 agentes, além de sete detidos no grupo dos deficientes.
Os dirigentes chegaram à sede policial onde estavam cinco dos detidos, mas as portas foram fechadas, enquanto os agentes policiais conduziam os detidos, acusados de agredir policiais, a um juiz, segundo constatou a Agência Efe.
A ministra de Comunicação, Amanda Dávila, acusou nesta sexta-feira grupos de ‘infiltrados’ políticos de provocar a violência. A ministra mostrou fotografias de uma pessoa com muletas e depois a mesma pessoa sem esse suporte e a foto de uma pessoa encapuzada.
Ela acrescentou que acreditava que a greve de fome e os protestos seriam suspensos assim que os legisladores alcançassem um acordo com o setor sobre uma lei que lhes beneficie. No entanto, Estivaris disse que não há uma negociação em andamento porque não foram convocados a dialogar. EFE