O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, repudiou nesta terça-feira, 24, as “calúnias” do presidente Jair Bolsonaro ao referir-se a seu país e à Venezuela. Também tachou de mentiroso o governante dos Estados Unidos, Donald Trump, que discursou na Assembleia-Geral das Nações Unidas logo depois do líder brasileiro.
“Bolsonaro delira e anseia pelos tempos da ditadura militar. Deveria ocupar-se da corrupção no seu sistema de justiça, governo e família. É o líder do aumento da desigualdade no Brasil”, concluiu o chanceler cubano.
Bolsonaro e Trump referiram-se a Cuba e Venezuela como ditaduras que devem ser derrotadas. O brasileiro acusou Havana de manter 60.000 agentes no país governado por Nicolás Maduro e se jactou por ter acabado com o acordo sobre programa Mais Médicos. Rodríguez disse que “rejeita energicamente” essas menções e que Havana encerrou sua parceria com o Brasil na área médica de Bolsonaro ter declarado que os cubanos são “escravos” de uma “ditadura”. Ele voltou a repetir essa máxima em seu discurso desta terça-feira.
Em discurso, Trump denunciou que Cuba “saqueia a riqueza da Venezuela” para manter-se flutuando, em referência ao fornecimento de petróleo venezuelano à ilha. Também chamou de “marionete de Cuba” o presidente Nicolás Maduro, aliado de Havana.
“São inadmissíveis as acusações do presidente Trump contra Cuba e Venezuela. O uso da mentira caracteriza a sua gestão. Monroísta e macartista. Fala como um imperador, 158 congressistas pedem seu impeachment. Tenta distrair o mundo e os americanos”, escreveu o ministro cubano no Twitter.
Rodríguez comentou também que Trump “não compete com Greta Thunberg“, em referência ao emotivo discurso da ativista sueca de 16 anos que reprovou na segunda-feira, 23, a inatividade dos líderes mundiais no combate à crise climática.
(Com EFE)