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Crise nuclear do Japão não será igual a Chernobyl, diz AIEA

Por Da Redação
14 mar 2011, 16h50

A crise nuclear no Japão não deve se tornar em outro Chernobyl, o pior acidente nuclear da história, disse o chefe da agência nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta segunda-feira. É “muito improvável que o incidente se desenvolva” como ocorreu há 25 anos em Chernobyl, na antiga União Soviética, atual Ucrânia, disse Yukiya Amano, diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), em coletiva de imprensa em Viena. Ele apontou para algumas diferenças, entre elas o projeto e a estrutura das usinas nucleares.

Depois de um terremoto de intensidade jamais vista e de um tsunami de poder destrutivo avassalador, o Japão encara mais um pesadelo: o risco de uma catástrofe nuclear. A região atingida pelos tremores, no nordeste do território japonês, tem diversas usinas de energia atômica, e o abalo provocou rachaduras, vazamentos e explosões. De acordo com o governo, a situação ainda está sob controle, mas ninguém descarta a chance de novo acidente nas usinas. A situação trouxe de volta à lembrança das pessoas a tragédia mais famosa da história da energia nuclear.

No domingo, especialistas americanos em energia atômica estimaram que utilizar água do mar para esfriar um reator nuclear como estão fazendo os japoneses em sua usina de Fukushima, atingida pelo terremoto, é “ato de desespero” que evoca a catástrofe de Chernobyl. Vários técnicos, falando à imprensa em audioconferência, previram, também, que o acidente nuclear possa afetar a reativação deste setor energético em vários países. “A situação tornou-se tão crítica que não têm mais, ao que parece, a capacidade de fazer ingressar água doce para resfriar o reator e estabilizá-lo, e agora, como recurso último e extremo, recorrem à agua do mar”, disse Robert Alvarez, especialista em desarmamento nuclear do Instituto de Estudos Políticos de Washington. O que acontece atualmente na central é uma perda total de alimentação dos sistemas de resfriamento, exterior e interior (asegurada neste caso por geradores a diesel).

Essa falha total “é considerada extremamente improvável, mas é um tema de grande preocupação há décadas”, explicou Ken Bergeron, físico que trabalha com simulações de acidentes em reatores. “Estamos num terreno desconhecido”, precisou. “No momento, estamos diante de situação semelhante à de Chernobyl, onde foi tentado derramar areia e cimento” para cobrir o reator em fusão, explicou Peter Bradford, ex-diretor da Comissão de Vigilância Nuclear americana. “Se isto continuar, se não for controlado, vamos passar para uma fusão parcial do centro (do reator) a uma fusão completa. Será um desastre total”, disse por sua vez Joseph Cirincione, chefe da Ploughshares Fund, em entrevista ao canal CNN.

(Com agências Reuters e France-Presse)

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