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Covid-19: ONU adia conferência climática que estava marcada para novembro

'Continuaremos trabalhando para alcançar a ambição necessária para enfrentar a crise climática e agendar um novo encontro', informou a organização da COP-26

Por Da Redação
Atualizado em 1 abr 2020, 19h56 - Publicado em 1 abr 2020, 19h32

O presidente da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2020 (COP26), Alok Sharma anunciou nesta quarta-feira, 1, que a COP26 será adiada por um período indeterminado em decorrência da pandemia da Covid-19. A decisão demonstra a preocupação da ONU com a possibilidade de extensão da pandemia ao longo de todo o ano, visto que o evento estava marcado apenas para novembro.

“O mundo está enfrentando um desafio global sem precedentes, e os países estão se concentrando corretamente no combate à Covid-19. Por esse motivo, a COP26 foi adiada”, tuitou Sharma, que é membro do gabinete do premiê britânico, Boris Johnson.

Foram reportados à Organização Mundial da Saúde (OMS) até a manhã desta quarta-feira 823.626 casos da Covid-19, dentre eles mais de 72.000 aconteceram nas 24 horas anteriores. Ao todo, 40.598 pacientes morreram.

Ministro de Negócios, Energia e Indústria do governo Johnson, Sharma está encarregado de coordenar a COP26 porque que o evento estava previsto para acontecer em Glasgow, na Escócia, que compõe o Reino Unido.

“Continuaremos trabalhando para alcançar a ambição necessária para enfrentar a crise climática e agendar um novo encontro’, informou a organização da COP-26”, concluiu o ministro.

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Um dia antes do adiamento da COP26, na terça-feira 31, o presidento americano, Donald Trump, reverteu uma legislação de combate às mudanças climáticas adotada por seu antecessor, Barack ObamaA nova medida estabeleceu padrões mais flexíveis de eficiência de combustível para carros e caminhões, favorecendo a indústria do petróleo e gás.

2ª Onda

A COP26 estava marcada para acontecer entre 9 e 20 de novembro, quando é outono no hemisfério norte, período tido como possível cenário de uma  “segunda onda” de surtos da Covid-19 por especialistas, como o diretor do órgão federal americano Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, Dr. Anthony Fauci.

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Segundo o portal de notícias da Al-Jazeera, Fauci, que é principal assessor do governo Trump para a pandemia da Covid-19, disse que o novo coronavírus “provavelmente ressurgirá” em uma segunda onda no outono, a partir do final de outubro.

De acordo com os Centros para Controle e Prevenção de Doenças (CDC), a pandemia do H1N1  — que não pertence à mesma família do coronavírus, mas se comporta de maneira semelhante — atingiu pelo menos os Estados Unidos em duas ondas distintas em 2009: entre maio e junho, e, depois, no final de outubro.

Coronavírus e o aquecimento global

Diversos pesquisadores têm associado as medidas de isolamento social, como reação ao avanço da Covid-19, à redução dos índices de emissão de gases responsáveis pelo efeito estufa em curto prazo.

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Estudo do Centro de Pesquisa sobre Energia e Limpeza do Ar, cuja sede fica na Finlândia, mostra uma queda de 25% nas emissões de dióxido de carbono na China entre o final de janeiro e meados de fevereiro em comparação ao mesmo período em 2019. Primeiro epicentro da pandemia, a China reportou mais de 82.000 casos da Covid-19 e mais de 3.3000 mortes até esta quarta, segundo a OMS.

No norte da Itália, uma das regiões atualmente mais atingidas pela pandemia, houve uma redução visível de dióxido de nitrogênio entre 1 de janeiro e 11 de março, segundo dados do satélite Copernicus Sentinel-5p da Agência Espacial Europeia, órgão da União Europeia.

Todas as quatro regiões mais atingidas da Itália (Lombardia, Emília Romanha, Piemonte e Vêneto) estão no norte italiano. Elas respondem por mais de 70% dos mais de 110.000 casos da Covid-19  registrados no país e por mais de 80% das mortes, segundo o jornal italiano Corriere della Sera.

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