Um painel de especialistas em Direitos Humanos das Nações Unidas publicou nesta quinta-feira, 30, pedido para o governo dos Estados Unidos suspender o embargo econômico e financeiro contra Cuba, explicando que a medida limita a capacidade do sistema de saúde do país caribenho de combater os surtos locais de Covid-19. No país, mais de 1.500 cubanos adoeceram e 61 morreram.
“Na emergência da pandemia, a falta de vontade do governo dos Estados Unidos para suspender as sanções pode levar a um risco maior de sofrimento em Cuba e em outros países alvos de suas sanções”, disseram os especialistas das Nações Unidas. “Estamos particularmente preocupados com os riscos ao direito à vida, à saúde e outros direitos críticos das seções mais vulneráveis da população cubana”, acrescentaram.
Cerca de 13 a cada 100.000 habitantes de Cuba foram contaminados pela doença, estima o jornal The New York Times. A cifra é equivalente à reportada na Colômbia, onde mais de 6.000 pessoas adoeceram.
A Agência de Controle de Ativos Estrangeiros, órgão do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos responsável pela administração das sanções americanas, divulgou em abril orientações para isenções humanitárias a alguns países sob embargo de Washington, inclusive Cuba.
Os Estados Unidos “mantêm várias autorizações gerais de licença projetadas a permitir a assistência humanitária e a assistência ao povo cubano”, afirmou o agência americana em comunicado de 16 de abril.
Mas os especialistas das Nações Unidas criticam o processo “árduo” para se exportar mercadorias a Cuba, que não foi alterado, tornando menos eficiente a compra de remédios, equipamentos médicos e tecnologia pelo país.
Além da ilha caribenha, outros países, em especial o Irã e a Venezuela, permanecem sob rígidas sanções americanas, independentemente da pandemia da Covid-19.
De fato, no caso iraniano, os americanos ampliaram as sanções no final de março, quando o país já contava, segundo a OMS, com cerca de 30.000 enfermos e mais de 2.000 mortos.