O diretor-executivo da Organização Mundial da Saúde (OMS) para emergências sanitárias, Mike Ryan, disse nesta quarta-feira, 13, que o SARS-CoV-2, coronavírus causador da Covid-19, pode ‘nunca desaparecer’. Sua declaração surgiu com o alerta contra projeções do tempo em que vírus continuará circulando e com o apelo para um ‘esforço enorme’ para combater o micro-organismo que, ao menos, pode ser controlado.
“Esse vírus pode se tornar outro vírus endêmico em nossas comunidades [como o HIV], e pode não desaparecer”, disse Ryan em entrevista online à imprensa. “Acho importante sermos realistas e não acho que alguém possa prever quando essa doença desaparecerá”, acrescentou.
Mesmo que uma vacina seja descoberta — mais de 100 possíveis fórmulas estão em desenvolvimento —, o SARS-CoV-2 pode permanecer em circulação, assim como acontece com o sarampo, cuja vacina existe desde a década de 1960.
A avaliação de risco da Covid-19, porém, permanece alta nos “níveis nacional, regional e global”, revelou Ryan, que disse ser possível haver um “controle muito significativo” na contenção do vírus.
Foram reportadas à OMS até a manhã desta quarta-feira mais de 4,1 milhões de casos e de 287.000 mortes pelo mundo. Os Estados Unidos são o epicentro da pandemia, respondendo por mais de 30% dos enfermos e de 13% dos mortos.
“A trajetória está em nossas mãos e é assunto de todos, e todos devemos contribuir para acabar com essa pandemia”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom.
Ryan alertou ainda que abrir fronteiras terrestres é menos arriscado do que facilitar as viagens aéreas. Sua declaração respondeu à iniciativa da União Europeia de por em marcha um projeto para resgatar o setor do turismo centrado na reabertura das fronteiras entre países do bloco com perfis de risco de coronavírus similares.
(Com Reuters)