Com as mortes por Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus, dobrando a cada nove dias – para comparar com a média mundial, que fica entre dois a três dias -, a Índia começou a retirar gradualmente as restrições sociais impostas há cerca de um mês para evitar a propagação do vírus.
Na segunda-feira 20, para “mitigar as dificuldades das pessoas”, o governo autorizou a volta do setor da construção civil, lavouras e algumas áreas da indústria de manufaturados. Na sexta-feira 25, foi permitido abrir lojas em zonas rurais localizadas longe de focos da doença.
No momento, a Índia contabiliza 29.451 casos e 939 mortes. As cidades mais atingidas são Nova Dehli e Mumbai. A quarentena imposta pelo governo em um país com mais de 1 bilhão de habitantes pode ter diminuído a propagação do vírus e achatado a curva de contágio o suficiente para evitar o colapso no sistema de saúde público.
Porém, a Índia sofre o mesmo que o Brasil quando o assunto é a falta de exames na população. Enquanto o Brasil realiza cerca de 1.597 testes para cada 1 milhão de habitantes, a Índia fez, até o momento, 519 testes para cada 1 milhão de pessoas. Os números, muito abaixo de países como os Estados Unidos, com o maior número de diagnósticos positivos, podem indicar subnotificação no total de casos.
Ou seja, a cifra pode ser ainda maior, ainda mais em uma país no qual grande parte da população vive com menos de 3 dólares por dia e que a distribuição de saneamento básico continua a ser precária – uma das promessas de campanha do primeiro-ministro, Narendra Modi, era a de justamente ampliar a oferta de água potável e esgoto em todo o país.
No mundo, a Covid-19 já infectou mais de 3 milhões de pessoas e matou, delas, cerca de 200.000. Os Estados Unidos continuam a ser o pior cenário. Nesta terça-feira, 28, o país ultrapassou a marca do milhão no número de infectados, e já registra 57.000 mortos.