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Coreia do Sul afirma que China vende petróleo à Coreia do Norte

Imagens de satélite dos EUA registraram transferências ilegais de petróleo a navios norte-coreanos; a venda estaria violando sanções da ONU

Por Da redação
29 dez 2017, 19h57

Satélites americanos teriam detectado diversos momentos em que navios da China fizeram transferências de petróleo para navios da Coreia do Norte, reportou o jornal sul-coreano Chosun Ilbo. Se confirmada a venda, a China estaria violando sanções do Conselho de Segurança da ONU que limitam a transferência de petróleo para o país norte-coreano. A China nega que esteja violando as sanções.

Segundo o Ministério de Relações Exteriores da Coreia do Sul, o navio Lighthouse Winmore deixou o porto sul-coreano no dia 19 de outubro com petróleo refinado rumo a Taiwan, mas fez uma transferência de petróleo para navios norte-coreanos em águas internacionais. O navio teria transferido 600 toneladas de petróleo ao Sam Jong 2, embarcação com bandeira da Coreia do Norte. A transferência teria sido feita a mando da empresa Billions Bunker Group Corporation, de Taiwan.

Em novembro, os satélites americanos registraram o momento em que dois navios realizavam uma transferência de petróleo, um deles foi identificado como o norte-coreano Rye Song Gang 1, porém não foi confirmado se o primeiro seria o Lighthouse Winmore. Nesta sexta-feira, a Coreia do Sul informou que apreendeu a embarcação chinesa em novembro por suspeita de vendas ilegais para a Coreia do Norte.

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Imagens de satélite que os EUA dizem mostrar uma transferência de navio para navio, possivelmente de petróleo, em um esforço para evitar sanções contra a Coréia do Norte – 29/12/2017 (Departamento do Tesouro dos EUA/Divulgação)

Ambos os navios estavam entre os dez que os Estados Unidos propuseram ao Conselho de Segurança para incluir em uma lista-negra de transporte de itens proibidos para a Coreia do Norte, revelaram documentos vistos pela Reuters neste mês. Segundo o jornal sul-coreano, as transferências ilegais aconteceram 30 vezes desde outubro.

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Em setembro, o Conselho de Segurança colocou um limite máximo de 2 milhões de barris por ano nas exportações de petróleo refinado para a Coréia do Norte. A última resolução busca proibir cerca de 90% das exportações de petróleo refinado, limitando-as a 500 mil barris por ano.

O conselho também encapsulou o fornecimento de petróleo bruto para a território norte-coreano em 4 milhões de barris por ano e se compromete a reduzir ainda mais se a Coreia do Norte conduzir outro teste de mísseis balísticos ou intercontinentais.

Desapontado

Na quinta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, postou em seu twitter que a China havia sido pega “com a mão na massa” e declarou estar desapontado com a atitude chinesa acrescentando que “nunca haverá uma solução amigável para o problema com a Coreia do Norte se isso continuar acontecendo”.

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Trump reforçou sua posição em entrevista ao New York Times, acusando a China de vender o petróleo. Ele afirmou que só foi pacífico em sua viagem ao país porque via uma chance de cooperarem com relação à Coreia do Norte e que isso o fazia ignorar temporariamente os problemas comerciais entre os dois países.

“Se eles estão me ajudando com a Coreia do Norte, eu posso olhar para o comércio um pouco diferente, pelo menos por um período de tempo. E foi o que eu tenho feito. Mas quando tem petróleo entrando, não estou feliz com isso”, afirmou na entrevista.

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A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying, negou que o país esteja violando sanções da ONU e afirmou a repórteres nesta sexta-feira que “o navio em questão, desde agosto, não está ancorado em um porto chinês e não há registro de entrar ou sair de um porto chinês”.

“A China sempre implementou as resoluções do Conselho de Segurança da ONU relativas à Coreia do Norte na sua totalidade e cumpre suas obrigações internacionais. Nós nunca permitimos que empresas chinesas e cidadãos violem as resoluções”, acrescentou. “Se, por meio da investigação, for confirmado que há violações das resoluções do Conselho de Segurança da ONU, a China tratará disso seriamente de acordo com leis e regulamentos”.

(Com Reuters)

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