O regime da Coreia do Norte voltou a afirmar nesta quinta-feira, 2, que não há nenhum caso confirmado da Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus, no país. A pandemia já atingiu 180 países e infectou mais de 960.000 pessoas, segundo dados Universidade Johns Hopkins.
Em janeiro, logo após o vírus ser detectado, o país se isolou ainda mais do mundo ao anunciar que estava fechando as fronteiras com a China e adotando medidas rígidas de confinamentos aos seus cidadãos. “Adotamos medidas preventivas e científicas como inspeções e quarentenas para todas as pessoas que chegavam ao país, desinfetamos os produtos, fechamos as fronteiras e bloqueamos todas as rotas marítimas e aéreas”, afirmou Pak Myong Su, diretor do departamento de epidemias da Coreia do Norte.
Por ser um regime autoritário sem a garantia da liberdade de expressão e de imprensa, é difícil saber o que ocorre dentro do país. O comandante militar norte-americano na Coreia do Sul, general Robert Abrams, declarou no mês passado que tinha “praticamente certeza” de que a Coreia do Norte registrava casos do vírus, apesar das negativas de Pyongyang. Especialistas também questionam as informações divulgadas pelo regime.
Na vizinha do Sul, o vírus atingiu 9.976 pessoas e matou 169 delas, apesar dos esforços do governo em combater a epidemia e testar em massa a população.
Enquanto a doença ainda se alastrava dentro da China, em fevereiro, o ministério das Relações Exteriores da Rússia anunciou que enviou à Coreia do Norte cerca de 1.500 kits de diagnóstico, após um pedido de Pyongyang dado “o risco existente da Covid-19”. Já a Organização Mundial da Saúde (OMS) pretende destinar 900 mil dólares ao país para ajudar na resposta ao vírus.
Especialistas afirmaram temer que uma epidemia da Covid-19 no país possa causar grandes danos à população, que vive em situação de extrema pobreza. O próprio ditador Kim Jong-un advertiu no mês passado para “graves consequências” se o vírus entrasse no país.
(Com AFP)