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Coreia do Norte: desnuclearização depende de fim da ‘ameaça dos EUA’

Crítica de Pyongyang à presença militar americana na Península coloca em dúvida aproximação entre os dois países

Por Da Redação
20 dez 2018, 17h16
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  • A Coreia do Norte afirmou nesta quinta-feira, 20, que só vai abrir mão de suas armas nucleares se os Estados Unidos deixarem de ser uma “ameaça” na região. A declaração coloca em perigo a frágil aproximação entre Washington, Seul e Pyongyang.

    “Os Estados Unidos devem reconhecer o significado exato da desnuclearização da península coreana, e especialmente, devem estudar geografia”, diz o texto publicado pela agência oficial do regime, a KCNA. “Quando falamos sobre a península coreana, isso inclui o território da nossa república e também toda a região em que os Estados Unidos estabeleceram uma força invasiva, que possui armas nucleares. A completa desnuclearização da península significa remover todas as fontes de ameaça nuclear, não só das Coreias do Norte e do Sul, mas também de regiões limítrofes a elas”, completou.

    Os Estados Unidos removeram armas nucleares táticas da Coreia do Sul nos anos 1990, mas mantém bombardeiros e submarinos com capacidade nuclear na região. Washington e Seul ainda não responderam ao comunicado.

    A situação levanta dúvidas sobre a possibilidade de o líder do país asiático, Kim Jong-un, renunciar a um arsenal que enxerga como uma garantia de sobrevivência mais certeira do que as que os Estados Unidos oferecem. O texto também sugere que a Coreia do Norte vai exigir dos americanos a saída ou redução significativa das 28.500 tropas que o país mantém na vizinha Coreia do Sul, o que é mais um grande empecilho ao acordo de desarmamento.

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    O impasse nas negociações nucleares também envolve a retirada de sanções internacionais dos americanos contra os norte-coreanos.

    Relação Trump-Kim

    Kim e o presidente Donald Trump se encontraram no dia 11 de junho em Singapura, onde acertaram uma meta imprecisa para a “completa desnuclearização” da península coreana, sem descrever quando e como isso ocorreria.

    A diplomacia entre as nações foi restabelecida depois de um 2017 marcado por troca de insultos e ameças de guerra dos presidentes Trump e Kim. O comunicado pode minar a expectativa de um segundo encontro planejado pelo americano, já que é difícil para os Estados Unidos avançarem nas negociações se a Coreia do Norte condicionar um acordo à saída da presença americana no Sul, dizem analistas.

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    Por décadas o Norte tem falado de um conceito de desnuclearização que não se parece com o americano, insistindo em buscar desenvolvimento nuclear até que os Estados Unidos removam as tropas e o “guarda-chuva” militar protegendo a Coreia do Sul e também o Japão.

    O comunicado do governo Kim Jong-un foi publicado apenas um dia depois de Stephen Biegun, enviado especial da administração Trump ao Norte, dizer a repórteres na Coreia do Sul que o presidente estava reanalisando suas restrições a viajantes norte-coreanos.

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