Coreia do Norte acusa CIA de conspiração para matar Kim Jong-un
Segundo o regime, serviços de inteligência dos Estados Unidos e do Coreia do Sul agiram para assassinar o ditador com "substâncias bioquímicas"
O regime da Coreia do Norte acusou nesta sexta-feira os governos americano e sul-coreano de conspirarem para assassinar o ditador Kim Jong-un, por meio de um ataque com “substâncias bioquímicas”. As tentativas teriam ocorrido em grandes eventos do país, como recentes desfiles militares, e contado com a ajuda de um cidadão norte-coreano, de sobrenome Kim.
Em nota publicada pela KCNA, a agência de notícias do regime, o Ministério de Segurança de Estado afirma que a CIA (Agência Central de Inteligência dos Estado Unidos) tramou junto ao Serviço de Inteligência da Coreia do Sul para “cometer um atentado terrorista contra a liderança suprema”. A conspiração envolveria o uso de “substâncias radioativas e nano-venenosas”, por ser um método “que não exige acesso ao alvo”.
O comunicado alega ainda que um norte-coreano foi “corrompido e subornado” pelos serviços de inteligência, enquanto trabalhava na Rússia. Ele teria recebido dinheiro e acesso a armas para cometer o “ato de terrorismo patrocinado pelo Estado”. “Esse crime hediondo, que recentemente foi descoberto e destruído pela Coreia do Norte, é o tipo de terrorismo não apenas contra o país, mas contra a justiça e a consciência da humanidade e um ato para destroçar o futuro da civilização”, acusa a nota.
A KCNA não informa detalhes sobre como a suposta conspiração foi descoberta, nem sobre o que aconteceu com o cidadão envolvido. Contudo, a nota aponta que a Coreia do Norte irá “identificar e destruir impiedosamente até o último dos terroristas da CIA dos Estados Unidos e do fantoche que é o Serviço de Inteligência da Coreia do Sul”.
A acusação norte-coreana lembra outra feita recentemente pelos vizinhos do sul, que afirmam que agentes do país ditatorial estavam envolvidos no assassinato do meio irmão de Kim Jong-un, Kim Jong-nam, em fevereiro. O homem, que vivia em exílio, foi morto em um aeroporto da Malásia por meio do uso do agente nervoso XV, uma sustância química altamente tóxica.