Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Contrariada, Angela Merkel transfere chefe da espionagem alemã

Crise em torno de Hans-Georg Maassen ilustra a debilidade política da chanceler, que o removeu para o Ministério do Interior

Por Da Redação
Atualizado em 18 set 2018, 21h16 - Publicado em 18 set 2018, 18h43
  • Seguir materia Seguindo materia
  • A primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, dispensou nesta terça-feira (18) o chefe da inteligência alemã, Hans-Georg Maassen, acusado de conluio com a extrema direita. Mas, em decisão tomada em conjunto com os líderes da coalizão que sustenta seu governo, ela concordou em transferir Maassen para uma secretaria do Ministério do Interior.

    Publicidade

    O chefe da espionagem alemã colocou em dúvida a veracidade de um vídeo que mostrava neonazistas perseguindo cidadãos estrangeiros no último dia 26 de agosto na cidade de Chemnitz. O vídeo, porém, mostrava imagens reais.

    Publicidade

    Na ocasião, um alemão de origem cubana foi esfaqueado por duas pessoas – supostamente, refugiados. O caso deu margem para sucessivas e violentas manifestações de grupos de ultradireita, que defendem o início de uma “caça a estrangeiros”. Os suspeitos do assassinato foram liberados, e a investigação continua.

    A decisão sobre o destino de Maassen foi tomada em um encontro entre Merkel, que preside a União Democrata-Cristã (CDU), o presidente da União Social-Cristã (CSU) bávara e ministro do Interior, Horst Seehofer, e a líder do Partido Social Democrata (SPD), Andrea Nahles.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    Na segunda, a imprensa alemã divulgou que a chanceler Merkel tinha decidido demitir Maassen. Nesta terça, antes da reunião, começaram a circular rumores da acomodação do espião no Ministério do Interior, cujo titular, Seehofer, expressou seu apoio a Maassen.

    O ex-chefe da espionagem mantém ligações estreitas com o partido de extrema direita AfD. A legenda conseguiu eleger representantes na Câmara dos Deputados, em 2017, aproveitando-se dos temores da população quanto à chegada de mais de um milhão de requerentes de asilo nos dois anos anteriores.

    Publicidade

    A imprensa o acusa de transmitir informações confidenciais ao AfD, o que Maassen nega. O chefe de inteligência reconheceu que se reuniu com membros do AfD, mas alegou fazer o mesmo com  personalidades de todo o espectro político.

    Maassen recebeu o apoio do ministro do Interior, um político claramente contrário à política migratória de Merkel e alinhado à direita.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    O chefe da inteligência foi, entretanto, alvo de ataques virulentos de outro membro da “grande coalizão” do governo. “Merkel deve agora esclarecer a situação do governo. Maassen tem que partir”, declarara a líder do SPD, Andrea Nahles, na semana passada.

    Uma recente pesquisa mostrou que 58% dos alemães não confiam nos serviços de inteligência para garantir a segurança do país. A inteligência interna tem sido responsabilizada por várias falhas no monitoramento de jihadistas.

    Publicidade

    No plano político, a crise em torno de Maassen foi apenas mais uma ilustração da crescente fraqueza política da chanceler, cujo atual mandato como primeira-ministra será o último.

    Sua coalizão passou por grandes dificuldades até conseguir se firmar. Angela Merkel tem se dividido, desde então, entre posições do SPD e da CSU, que continua a desafiar sua política de migração. Este partido da Baviera está de olho nas eleições regionais marcadas para 14 de outubro e tende a se aliar ao AfD para evitar a perda de sua maioria absoluta.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.