O ex-banqueiro Guillermo Lasso foi eleito presidente do Equador neste domingo 11. Lasso faz parte da direita conservadora e derrotou o economista de esquerda e herdeiro político do ex-mandatário Rafael Correa, Andrés Arauz.
Lasso recebeu 52,49% dos votos, contra 47,51% de Arauz no segundo turno. O ex-banqueiro havia concorrido à presidência do Equador em 2013 e 2017, mas foi derrotado. Na votação deste ano, contou com o apoio de empresários, alguns meios de comunicação e eleitores desencantados com o socialismo pregado por Correa.
“Este é um dia histórico, um dia em que todos os equatorianos decidiram seu futuro, expressaram com seu voto a necessidade de mudança e o desejo de dias melhores para todos”, declarou Lasso diante de apoiadores reunidos em Guayaquil.
Lasso assumirá o comando do país a partir de 24 de maio, substituindo o impopular Lenín Moreno, que deixa o cargo hostilizado pelas críticas à gestão da pandemia da Covid-19 e seus efeitos econômicos.
Revés para a esquerda
A vitória de Lasso é uma derrota para o correismo, apelido dado ao movimento político instaurado por Rafael Correa (2007-2017). O ex-presidente, que mora na Bélgica desde que deixou o cargo, está inabilitado para cargos públicos no Equador após ter sido condenado a oito anos de prisão por corrupção em 2019.
Estas foram as primeiras eleições gerais desde o fim de seu governo. Lenín Moreno foi eleito há quatro anos apoiado por Correa, de quem foi vice entre 2007 e 2013. Mas depois de assumir o poder em 2017, distanciou-se do ex-chefe de Estado por não compartilhar com suas posições, como a de enfrentar a imprensa, os bancos e os empresários, e deu uma guinada, retomando os vínculos com os Estados Unidos, país do qual o antecessor foi um duro crítico.
O triunfo de Lasso também deve ter um enorme impacto regional, porque retarda a virada para a esquerda que a América do Sul havia começado com Alberto Fernández na Argentina e Luis Arce na Bolívia.
“Este é um revés eleitoral, mas de forma alguma uma derrota política ou moral”, declarou Arauz em discurso aos partidários em Quito. O candidato revelou que telefonará para o concorrente para parabenizá-lo. “Que lhe mostrar as convicções democráticas de poder continuar contribuindo para o desenvolvimento do país quando se trata de beneficiar a maioria de nosso povo e de se opor de forma construtiva e responsável quando eles simplesmente procuram servir aos privilégios”, disse.