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Conselho de Segurança da ONU mostra divergências sobre adesão da Palestina

Por Da Redação
8 nov 2011, 19h02

Nações Unidas, 8 nov (EFE).- O Conselho de Segurança da ONU concluiu sem consenso uma análise sobre o pedido da Palestina para ingressar nas Nações Unidas como Estado-membro com plenos direitos e, por isso, não pode se pronunciar a respeito com unanimidade.

É o que constata o relatório do comitê de novas adesões da ONU, obtido pela Agência Efe nesta terça-feira. O documento mostra a divisão existente no Conselho entre os que defendem a entrada, os que se abstêm sobre a questão e aqueles que consideram que a Palestina não cumpre os requisitos para ser aceita na organização.

No dia 23 de setembro, o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, apresentou à ONU uma solicitação para que a Palestina seja incorporada à organização como Estado-membro de plenos direitos.

‘O comitê foi incapaz de conseguir uma recomendação unânime ao Conselho de Segurança’, diz o documento de quatro páginas, enviado nesta terça-feira aos membros do Conselho de Segurança pelo presidente do comitê de novas adesões, o embaixador português para as Nações Unidas, José Filipe Moraes Cabral.

O texto descreve em detalhes as reuniões mantidas sobre o assunto no comitê, assim como as discussões entre as diversas delegações sobre se a Palestina cumpre ou não com os requisitos marcados pela Carta das Nações Unidas para os possíveis novos membros do organismo.

O relatório proposto não detalha, no entanto, o número concreto de delegações favoráveis e contrárias à adesão da Palestina, nem indica qual foi a postura majoritária durante as negociações.

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‘Foram manifestados diversos pontos de vista’, destaca a minuta no relatório sobre a maioria dos pontos analisados pelos membros do comitê, que são os mesmos 15 países que integram o Conselho de Segurança.

Os delegados só se mostraram de acordo em reconhecer que ‘a Palestina conta com uma população permanente e um território definido’, dois requisitos básicos para a existência de um Estado-nação, de acordo com o direito internacional.

As demais questões – se as autoridades palestinas têm controle do próprio território, se a Palestina é um país defensor da paz e se é capaz de manter relações internacionais com outros países – despertaram divergências entre os membros, acrescenta o relatório.

O texto destaca as preocupações expressadas por algumas delegações com relação ao Governo do movimento radical islâmico Hamas em Gaza. ‘O Hamas rejeitou renunciar ao terrorismo e à violência e expressou sua vontade de destruir Israel’, diz o documento.

Durante os debates, as diversas delegações também mostraram divergências sobre se o pedido da Palestina impõe empecilhos ao esperado reinício do processo de paz e, nele, alguns países também manifestaram preocupação sobre ‘as continuadas atividades de Israel em matéria de assentamentos’.

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Os 15 países-membros do Conselho de Segurança têm até esta quarta-feira para propor modificações ao texto antes que o relatório seja aprovado, na sexta-feira, e remitido então à Assembleia Geral da ONU.

Na quinta-feira passada, o comitê de adesões manteve uma reunião em que as delegações do Brasil, China, Rússia, Índia, África do Sul e Líbano mostraram respaldo ao pedido palestino, enquanto os Estados Unidos se opuseram.

França, Reino Unido e Colômbia anunciaram que se absteriam se houvesse uma votação sobre o tema no Conselho de Segurança, enquanto Gabão, Nigéria e Portugal não revelaram sua postura final, enquanto a Bósnia-Herzegóvina ainda não tomou uma decisão sobre o assunto.

Deve-se levar em conta que os Estados Unidos, opositores da proposta, possuem poder de veto no Conselho – assim como os outros quatro membros permanentes do órgão: França, Reino Unido, China e Rússia.

Segundo explicaram à Efe fontes diplomáticas, o Conselho de Segurança deverá decidir a partir da sexta-feira quando envia o relatório à Assembleia Geral, mas as mesmas fontes disseram que este órgão tem até 35 dias de prazo antes do fim de sua atual sessão, o que ocorrerá em meados de setembro de 2012.

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Embora se realize uma votação no Conselho de Segurança, as fontes consideram improvável que a Palestina conte com os nove votos afirmativos necessários para levar adiante uma resolução. Assim, o pedido de adesão seria frustrado no Conselho sem a necessidade de que os Estados Unidos exercessem seu poder a veto. EFE

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