O Ministério das Relações Exteriores da Autoridade Palestina (AP) criticou o Conselho de Segurança das Nações Unidas nesta segunda-feira, 23, por não ter conseguido enfrentar a “catástrofe humanitária” em Gaza. Com sede na Cisjordânia, território palestino ocupado por assentamentos judeus, a AP associou a situação atual com o massacre e expulsão dos palestinos na década de 1940, quando o Estado de Israel surgiu, episódio conhecido como “Nakba”.
“O Conselho de Segurança da ONU obedece a um padrão de dois pesos, duas medidas e carece do consenso mínimo sobre os seus deveres e responsabilidades em relação à catástrofe humanitária que se abateu sobre o nosso povo e que equivale à nova Nakba”, disse a pasta.
“O Ministério rejeita veementemente a politização da entrada contínua de toda a ajuda humanitária na Faixa de Gaza e considera isso uma violação flagrante do direito internacional e do direito internacional dos direitos humanos”, completou.
A Autoridade Palestina apelou à criação de corredores humanitários permanentes para fornecer ajuda e proteção aos cidadãos de Gaza. Dois pequenos comboios de caminhões entraram no enclave vindos do Egito através da passagem de Rafah no fim de semana, totalizando 34 envios de ajuda.
Na manhã desta segunda-feira, 23, o Ministério da Saúde palestino em Gaza informou que 5.087 pessoas, incluindo 2.055 crianças e 1.119 mulheres, foram mortas desde o início do conflito no dia 7 de outubro. Entre elas, 436 pessoas, incluindo 182 crianças, morreram em ataques israelenses ao sul durante a noite. Mais de 15 mil pessoas ficaram feridas no bombardeio.
Além disso, após os ataques israelenses e o esgotamento do combustível na região, doze hospitais e 32 centros médicos estão agora fora de serviço, de acordo com as autoridades de saúde.
“Os hospitais perderam a capacidade de tratar [pacientes] e as equipes médicas estão tratando os pacientes com capacidades muito limitadas”, disse Ashraf Al-Qudra, porta-voz do Ministério da Saúde palestino.