O Congresso do Peru confirmou nesta quinta-feira (7) a suspensão do popular legislador Kenji Fujimori. A casa já havia decidido pela afastamento, além de pela denúncia criminal de Kenji por suborno e tráfico de influências, em uma outra votação no dia anterior.
A deliberação desta quinta só serviu para confirmar a decisão depois que a votação de quarta foi cancelada. A suspensão foi aprovada por 58 votos a favor, sete contra e 19 abstenções, disse o presidente do legislativo, Luis Galarreta.
“Foi aprovada a suspensão de seus direitos enquanto durar o processo criminal”, acrescentou.
Kenji será investigado pela Procuradoria por suposto suborno e tráfico de influências, ao tentar comprar votos para evitar que o presidente Pedro Pablo Kuczynski, que renunciou em março, fosse destituído.
O processo contra ele foi apoiado pelo partido liderado por sua irmã mais velha e ex-candidata à Presidência do Peru, Keiko Fujimori.
O Congresso deve ainda se pronunciar sobre um pedido de retirada de imunidade e destituição do filho mais novo do ex-ditador Alberto Fujimori, o que poderia tirá-lo da corrida presidencial de 2021, na qual ele aspira confrontar sua irmã, líder do partido Força Popular.
A votação de quarta-feira (6) foi cancelada porque Galarreta, do partido de Keiko, permitiu que votassem membros de uma comissão que havia recomendado sancionar Kenji, o que transgredia o regulamento do Congresso. Na nova sessão, os membros dessa comissão não votaram.
Kenji denunciou que a nova votação obedecia a uma manobra de sua irmã, cujo partido controla o Congresso. “Ontem fui ilegalmente suspenso sem o número de votos exigido pela Constituição. Hoje Keiko quer fazer uma nova votação a sua medida e consolidar o abuso”, tuitou o mais novo do clã.
“Quero dirigir-me a minha irmã Keiko e lhe dizer: ‘Parabéns, aqui tem minha cabeça em uma bandeja’. O que foi vivido no dia de hoje é totalmente nojento”, já havia dito em coletiva de imprensa na quarta.
Os conflitos entre Kenji e a legenda política de sua irmã se intensificaram depois que o parlamentar evitou que uma iniciativa liderada pelo Força Popular para destituir Kuczynski por seus vínculos com a Odebrecht fosse bem-sucedida.
Três dias depois, o então presidente concedeu um indulto humanitário ao ex-ditador Fujimori, uma medida controversa que foi considerada resultado de um acordo de bastidores entre Kuczynski e Kenji.
Em março, Kuczynski renunciou à Presidência pressionado pelas acusações de corrupção e seu vice-presidente, Martín Vizcarra, assumiu o cargo.
(Com AFP e Reuters)