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Companhias aéreas desviam voos de Belarus após prisão de jornalista

Ditadura enviou caça para interceptar avião onde opositor viajava durante o final de semana, provocando uma crise internacional

Por Julia Braun Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 25 Maio 2021, 09h01

Diversas companhias aéreas europeias decidiram parar de sobrevoar o espaço aéreo de Belarus depois que a ditadura de Alexandr Lukachenko desviou um avião comercial com um caça no último final de semana para prender um jornalista crítico de seu regime. Nesta segunda-feira 24 a União Europeia impôs sanções contra o país do Leste Europeu pela manobra.

O avião da companhia aérea Ryanair ia da Grécia à Lituânia no domingo 23, mas foi obrigado a pousar em Belarus. A bordo estava o jornalista belarusso Roman Protasevich. O oposicionista foi preso logo após o pouso forçado em Minsk.

Em cúpula nesta segunda-feira, a UE decidiu, entre outras sanções, proibir todas as companhias aéreas de Belarus de usarem o espaço aéreo e os aeroportos dos 27 países-membros do bloco. Também aconselhou as empresas europeias a evitarem sobrevoar o país.

Desde então, as companhias europeias Air France, KLM, Lufthansa, Finnair e SAS anunciaram a suspensão de qualquer voo que sobrevoe o país. A polonesa Lot disse que suspendeu voos de e para Minsk, e o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, disse que as companhias ucranianas foram proibidas de voar sobre ou para Belarus.

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Belarus não faz parte da UE, mas compartilha fronteira com três países do bloco. A nação não tem acesso ao mar e está localizada entre Polônia, Lituânia, Letônia, Rússia e Ucrânia.

A prisão

O jornalista Protasevich é um dos principais opositores do regime de Belarus. Ele ajudou a fundar o canal NEXTA Telegram, um dos veículos de oposição mais populares do país e um dos poucos meios de difusão de informação não oficial que restou após os protestos em torno das eleições em 2020. A maioria das organizações de mídia independentes no país foi forçada a fechar por ordem do governo.

Nos últimos anos, Protasevich viveu na Lituânia no exílio, temendo ser preso em seu país natal, onde é acusado de incitar ao ódio e desordem em massa. Em novembro, o principal serviço de segurança do país, ainda chamado de KGB, o colocou em uma lista de terroristas. Ele pode pegar mais de 12 anos de prisão se for condenado.  Após sua prisão, o acesso de Protasevich ao canal Telegram foi revogado para impedir que os dados dos 256 mil assinantes não caíssem nas mãos de policiais bielorrussos.

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O jornalista retornava de uma conferência econômica com o líder da oposição bielorrussa Svetlana Tikhanovskaya quando seu voo foi interceptado. Em comunicado, a Ryanair disse que o governo justificou o audacioso ato como sendo necessário para conter “uma potencial ameaça à segurança a bordo”

Após o desvio do avião,  a UE acusou o governo belarusso de promover um “sequestro” descarado de um avião europeu, e exigiram a libertação imediata do jornalista detido, bem como da namorada dele, a russa Sofia Sapega, que também foi retirada do voo.

Bruxelas ainda se comprometeu a ampliar a lista de sancionados de Belarus, que atualmente contém 88 pessoas – entre elas o presidente Lukashenko – e 77 entidades. Essa nova lista deverá ser aprovada “o quanto antes”, pediram os chefes de Estado e governo.

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