Promoção do Ano: VEJA por apenas 4,00/mês
Continua após publicidade

Como é o acesso ao aborto em todo o mundo

Segundo pesquisa, 88% dos abortos são realizados em nações em desenvolvimento, onde 49% dos procedimentos são feitos de forma insegura

Por Julia Braun Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 10 ago 2018, 11h57
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Manifestante segura placa durante protesto em frente à Suprema Corte dos EUA, em Washington - 19/01/2018
    Manifestante segura placa durante protesto em frente à Suprema Corte dos EUA, em Washington - 19/01/2018 (Alex Wong/Getty Images)

    O Senado da Argentina vetou nesta quinta-feira (9) o projeto de lei que descriminalizaria o aborto até a 14ª semana de gestação no país. A prática também continua proibida, em graus variáveis, em outros países emergentes e em desenvolvimento. Mas 88% dos abortos são realizados nesse mesmo grupo de nações.

    Publicidade

    A estatística foi levantada pelo  Guttmacher Institute, que estuda o acesso à saúde reprodutiva da mulher em todo o mundo. Dentre todos esses procedimentos, 49% são feitos de forma insegura e põem em risco a vida da gestante.

    Publicidade

    No mundo desenvolvido, principalmente na Europa e na América do Norte, as legislações são, em geral, mais liberais. Nesses países, apenas 12% dos abortos são realizados de forma insegura, já que a maioria das mulheres pode buscar ajuda e fazer o procedimento em centros de saúde autorizados.

    Confira no mapa a legislação sobre o aborto em cada um dos países do mundo:

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    Apesar das legislações de muitas nações estabeleceram poucas exceções para a realização do procedimento, aquelas que possuem visões mais liberais sobre a prática costumam permitir que as mulheres entrem com pedidos especiais na Justiça. Dessa forma, casos específicos podem ser tratados de forma diversa.

    As legislações

    Na América Latina e no Caribe, 97% das mulheres vivem sob regras que proíbem ou restringem sensivelmente o aborto. Na região, a prática só está totalmente descriminalizada no Uruguai, em Cuba e nas Guianas.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    Em El Salvador, onde a legislação antiaborto é uma das mais estritas do mundo, dois casos recentes provocaram grande comoção. Teodora Vásquez e Maira Figueroa cumpriram pelo menos dez anos na prisão por terem sofrido abortos espontâneos. Ambas haviam sido condenadas a 30 anos de reclusão.

    No Brasil, a descriminalização do aborto está em discussão no Suprema Tribunal Federal e gera polarização e debates acalorados entre os dois lados. O Código Penal considera o aborto como crime contra a vida humana. A gestante está sujeita a pena de um a três anos de prisão. A exceção se dá em três casos –  gravidez em decorrência de estupro, risco de vida para a mãe e feto com anencefalia -, nos quais a gestante poderá ser atendida gratuitamente, pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

    Publicidade

    Em setembro de 2017, o Chile pôs fim a 30 anos de proibição total do aborto, agora autorizado em três casos: risco de vida para a mãe, estupro e inviabilidade do feto. Legislação semelhante era a que os movimentos em prol do aborto na Argentina esperavam ver ampliada na última quarta-feira. O Senado, porém, rejeitou o projeto de lei que descriminalizaria totalmente o aborto nas 14 primeiras semanas de gestação.

    Continua após a publicidade

    O aborto é totalmente proibido, com poucas exceções, na maioria dos países da África, Oriente Médio e Sudeste Asiático. No continente africano, 93% das mulheres em idade reprodutiva vivem em países com leis restritivas.

    Publicidade

    Como o aborto é amplamente legal nos dois países mais populosos da região, a China e a Índia, a maioria das mulheres na Ásia vive sob as leis liberais de aborto. No Sudeste Asiático, contudo, a maioria das nações exibem legislações mais restritivas. A exceção desta região é Singapura, onde o aborto é totalmente legalizado. Nesse país, com uma das legislações mais flexíveis do mundo, o  procedimento pode ser realizado até as 24 semanas de gestação, ou seja, aproximadamente 6 meses.

    Continua após a publicidade

    No Oriente Médio, se destacam as legislações de países de maioria muçulmana, mas que são ligeiramente mais flexíveis do que nações ocidentais seculares, como, por exemplo, o Brasil. É o caso da Arábia Saudita, onde apesar do aborto ser proibido, pode ser realizado para preservar a saúde física e mental da mulher. Ainda assim, é necessário que a mulher receba a aprovação de três médicos especialistas e de seu marido para fazer o procedimento legalmente. 

    Na Europa a na América do Norte, as mulheres contam com legislações, em geral, também, mais liberais. A Holanda permite a realização do procedimento até 21 semanas de gravidez.

    No fim de maio, a população da Irlanda se pronunciou em um referendo a favor da liberalização do aborto. Uma nova legislação está em processo de elaboração. Ao contrário do resto do Reino Unido, o aborto é ilegal na província da Irlanda do Norte, inclusive em casos de estupro, de incesto e de grave má-formação fetal.  As infratoras podem ser condenadas à prisão perpétua. O aborto está autorizado unicamente se a gravidez ameaça a vida da mãe.

    Continua após a publicidade

    Outro país da União Europeia que dispõe de leis muito restritivas é a Polônia, que só tolera o aborto em casos de estupro, de incesto, de má-formação irreversível do feto e de risco à vida da mãe.

    A União Soviética foi o primeiro país a legalizar formalmente o aborto em todo o mundo, em 1920. Justamente por isso, muitos dos países que formavam o bloco possuem legislações flexíveis atualmente. É o caso, inclusive, de países de maioria muçulmana como Azerbaijão, Cazaquistão, Quirguistão, Uzbequistão, Turquemenistão e Tajiquistão.

    Nos Estados Unidos, onde o aborto foi legalizado em 1973, a discussão continua viva entre os “pró-vida” e os “pró-escolha”. Depois da chegada de Donald Trump à Casa Branca, as restrições a este direito tendem a se multiplicar. O estado de Iowa adotou, no começo de maio, a lei mais restritiva do país, que proíbe o aborto a partir do momento em que são detectados os batimentos cardíacos, ou seja, a partir da sexta semana de gestação.

    (Com AFP)

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Veja e Vote.

    A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

    OFERTA
    VEJA E VOTE

    Digital Veja e Vote
    Digital Veja e Vote

    Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

    3 meses por 12,00
    (equivalente a 4,00/mês)

    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

    a partir de 49,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.