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Comandantes dos EUA e da Colômbia pressionam militares da Venezuela

Guaidó convoca oposição a se manifestar no sábado e a visitar cada quartel do país para exigir o ingresso da ajuda humanitária internacional

Por Da Redação
Atualizado em 20 fev 2019, 16h52 - Publicado em 20 fev 2019, 16h42
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  • Comandantes militares dos Estados Unidos e da Colômbia aumentaram a pressão sobre os militares venezuelanos para que permitam a entrada de ajuda humanitária no país no próximo sábado, 23. A advertência foi disparada nesta quarta-feira, 20, durante reunião, em Miami, entre o almirante Craig Faller, chefe do Comando Sul das Forças Armadas americanas e general Luis Navarro Jimenez, comandante geral das Forças Militares da Colômbia.

    “Esta mensagem é para os militares venezuelanos: vocês serão responsabilizados por suas ações. Façam a coisa certa. Salvem as pessoas em seu país”, disse Faller.

    Toneladas de ajuda humanitária internacional estão bloqueadas em Cúcuta, na fronteira colombiana com a Venezuela. Outros centros de coleta de ajuda foram criados na ilha caribenha de Curaçao e na fronteira com o Brasil.  Mas o governo de Nicolás Maduro ainda impede a entrada de alimentos e medicamentos por considerar os carregamentos como pretexto para invasão militar dos Estados Unidos.

    A expectativa do autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, é de que os carregamentos da ajuda internacional ingressem no país no sábado, em especial os provenientes dos Estados Unidos. Na sexta-feira, 22, em Cúcuta, haverá o show “Venezuela Aid” ou “Ayuda Venezuela”, organizado pela oposição para estimular a coleta de alimentos e remédios. Maduro convocou shows paralelos para outro ponto da fronteira nos dias 22 e 23.

    Questionado sobre a possibilidade de os shows degringolarem para a violência, Navarro respondeu que seu dever será “proteger a população civil”. “Esperamos que as Forças Armadas venezuelanas protejam seu povo também. E, nas Forças Armadas da Colômbia, em coordenação com outras entidades governamentais, temos uma logística para resolver qualquer situação de risco para a população civil”, declarou.

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    Navarro também insistiu que o ingresso dos carregamentos “não é uma operação militar, mas uma operação puramente humanitária”. Faller sublinhou que os Estados Unidos querem uma “solução diplomática” para a questão. “Cabe aos militares venezuelanos fazer a coisa certa (…) O ditador Maduro roubou o futuro de seu povo”, completou.

    Na terça-feira 19, a Força Armada Nacional Bolivariana foi colocada em “alerta” para evitar uma violação do território, com o ingresso da ajuda. Mas nesta quarta-feira, o general venezuelano Miguel Morales Miranda, segundo em comando para o Estado de Falcón, informou a reabertura da fronteira marítima do país com as ilhas das Antilhas Holandesas.

    Embora o trânsito de barcos e aviões entre a Venezuela e as ilhas de Aruba, Curaçao e Bonaire esteja retomado, não está claro se os carregamentos de ajuda humanitária poderão seguir de Curaçao ao país.

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    Os venezuelanos sofrem há anos com a falta de alimentos e remédios, além com a demolição da economia do país, onde o desemprego é elevado e a inflação deste ano é estimada em 10.000.000%. Desde 2015, 3 milhões de venezuelanos emigraram.

    Em Caracas, Guaidó convocou a oposição nesta quarta-feira para ir aos quartéis do país, no sábado, exigir que os militares permitam a entrada da ajuda humanitária. “Vamos nos concentrar nos quartéis de maneira pacífica, mas muito contundente. Iremos a cada um desses postos exigir ajuda humanitária”, afirmou.

    “Senhores das Forças Armadas, têm três dias para se colocar do lado da Constituição para seguir uma ordem do presidente interino da República”, afirmou.

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    Guaidó não antecipou se viajará no sábado para algum dos pontos de fronteira por onde a oposição pretende ingressar as ajudas. Mas, em convocação a novas manifestações, disse que estará “na rua”. “Todos às ruas de novo”.

    (Com AFP, Reuters e EFE)

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