Jerusalém vive uma Sexta-Feira Santa incomum e triste. Devido à pandemia de coronavírus, que já infectou mais de 10.000 pessoas e matou 94 somando Israel e Palestina, as normas de isolamento social foram mantidas na região durante as celebrações da Páscoa. Até mesmo o Santo Sepulcro, igreja considerada o local mais sagrado do cristianismo, permaneceu fechada ao público nesta sexta-feira, 10.
De acordo com a tradição cristã, o Santo Sepulcro foi construído no locam em que Jesus Cristo foi crucificado e enterrado, e onde, depois, ressuscitou. A igreja está localizada na Cidade Velha de Jerusalém Oriental, na parte palestina da cidade sagrada que Israel ocupa há 50 anos.
A agência Reuters e jornais locais como o Times of Israel informaram que apenas um grupo de frades franciscanos, alguns deles vestindo máscaras de proteção contra a Covid-19, pôde caminhar ao longo da Via Dolorosa, que estava interditada e sem a presença de fiéis, até o Santo Sepulcro.
“Estamos celebrando a Sexta-Feira Santa, a lembrança da morte de Jesus, em circunstâncias muito difíceis”, disse o administrador apostólico latino da Terra Santa, o arcebispo Pierbattista Pizzaballa, um dos poucos a ter acesso à cerimônia restrita na Igreja. “Então é importante que, neste lugar onde tudo aconteceu, possamos estar unidos nos corações e nas orações por todos aqueles que estão sofrendo e morrendo.”
De acordo com o historiador palestino Johnny Mansour, apesar de todas guerras e levantes no local, esta é a primeira vez em pelo menos um século que o Santo Sepulcro está fechado a fiéis durante a Páscoa, a celebração mais importante do calendário cristão.
No ano passado, mais de 25.000 pessoas se reuniram ao redor do Santo Sepulcro para assistir à missa do Domingo de Ramos, que marca o início das festividades. Neste ano, os católicos comemoram a Páscoa em 12 de abril, e a Igreja Ortodoxa Grega uma semana depois. A missa deste domingo será transmitida na televisão e nas redes sociais.