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Com quase 6% menos bebês, população da China cai pelo 2º ano consecutivo

Natalidade atingiu novo recorde negativo, enquanto taxa de mortalidade é a maior desde 1974; país grisalho se preocupa com sistema previdenciário

Por Da Redação
Atualizado em 7 Maio 2024, 16h20 - Publicado em 17 jan 2024, 09h44

O Departamento Nacional de Estatísticas da China revelou nesta quarta-feira, 17, que, em 2023, a população do país caiu pelo segundo ano consecutivo. De acordo com os novos dados, devido a um recorde negativo na taxa de natalidade e à maior mortalidade em 50 anos, o número total de habitantes chineses diminuiu em 2,08 milhões, ou 0,15%, entre dezembro de 2022 e dezembro passado. A nação fechou o ano com população de 1,409 bilhões.

Foi um declínio populacional muito mais significativo do que o registrado em 2022, de 850.000 habitantes. Naquele ano, a estatística foi alardeada porque marcou a primeira redução no número de chineses desde 1961, durante a Grande Fome da era Mao Tsé-Tung. No entanto, os dados de 2023 enfatizam uma tendência preocupante.

+ Os desafios impostos pelo crescimento populacional em ritmo mais lento

Mais mortes

A China sofreu um aumento dramático de casos de Covid-19 em todo o país no início do ano passado, após uma ampla (e abrupta) reabertura do país em dezembro de 2022. Antes, os chineses passaram três anos sob rigorosas medidas de isolamento e quarentena, que mantiveram o vírus em grande parte contido.

O total de mortes no ano passado aumentou 6,6%, para 11,1 milhões. A taxa de mortalidade chegou ao nível mais alto desde 1974, durante as perseguições da Revolução Cultural de Mao.

Menos nascimentos

Os novos nascimentos caíram 5,7%, para 9,02 milhões. Enquanto isso, a taxa de natalidade bateu um recorde negativo, chegando a 6,39 nascimentos por 1.000 pessoas. A baixa recorde anterior, de 2022, era de 6,77 nascimentos por 1.000 pessoas.

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A tendência não é nova. Há décadas, chineses têm cada vez menos bebês, em parte devido à famigerada política do filho único, que vigorou de 1980 a 2015, e da sua rápida urbanização durante esse período. Tal como aconteceu com outros países que passaram por booms econômicos velozes, como o Japão e a Coreia do Sul, grande parte da população trocou o campo pela cidade, onde ter filhos é mais caro.

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Afetando ainda mais o apetite por ter bebês na China, o desemprego entre os jovens (de 15 e 24 anos) atingiu níveis recordes, os salários de operários caíram e uma crise no setor imobiliário, onde estão investidos mais de dois terços da riqueza total das famílias chinesas, intensificou-se.

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Envelhecimento

A turma com 60 anos ou mais atingiu impressionantes 296,97 milhões em 2023, ou seja, 21,1% da população total da China. Essa parcela, porém, deve aumentar para mais de 400 milhões até 2035 – mais gente do que todos os habitantes dos Estados Unidos juntos.

A Academia Chinesa de Ciências, uma instituição estatal de pesquisa, prevê que o sistema de aposentadorias fique sem dinheiro até 2035.

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Crescimento econômico em perigo

Teme-se que o declínio populacional afete o crescimento do PIB da segunda maior economia do mundo, já que há menos trabalhadores e consumidores disponíveis. Em paralelo, os custos crescentes com cuidados de idosos e o sistema previdenciário colocam mais pressão sobre o governo.

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+ Índia reduz disparidades sociais e coleciona triunfos

A Índia ultrapassou a China como nação mais populosa do mundo no ano passado, de acordo com as Nações Unidas. O marco alimentou o debate sobre a possibilidade de transferir algumas cadeias de abastecimento com sede na China para outros mercados – especialmente levando em consideração as tensões geopolíticas entre Pequim e Washington.

A longo prazo, os especialistas da ONU prevêem que a população da China diminuirá em 109 milhões até 2050, mais do triplo do declínio da sua previsão anterior em 2019.

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