Em meio ao pior surto de Covid-19 desde março na China, a capital Pequim deu início nesta sexta-feira, 22, a um programa de testagem em massa em algumas de suas áreas, depois de ter detectado novos casos do coronavírus. Xangai, por sua vez, está testando todos os funcionários de seus hospitais, após dois trabalhadores das unidades testarem positivos.
Os dois distritos centrais de Dongcheng e Xicheng, na capital, onde se encontram a Praça Tiananmen e vários edifícios do governo, anunciaram o plano de testar todos os residentes e trabalhadores (cerca de 2 milhões de pessoas) em dois dias.
Um jornalista da AFP observou uma fila de mais de 400 metros na capital, composta por cerca de mil pessoas que esperavam para fazer testes em Dongcheng.
“Recebi uma notificação esta manhã. Vim na hora do almoço, sem pensar que haveria tanta gente!”, declarou uma moradora. Na rede social Weibo, amplamente usada no país, várias pessoas de Pequim relataram filas “intermináveis”.
A China, epicentro da pandemia no final de 2019, controlou em grande medida o coronavírus em seu território graças a confinamentos duros, rastreamento de movimentos e testes em massa. Desde maio, apenas uma morte por Covid-19 foi oficialmente registrada. Ao todo, o país soma 88.701 casos, incluindo 4.635 mortes.
Desde então, conseguiu praticamente erradicar a pandemia do seu território e retirar gradualmente restrições impostas sobre movimentos. Nas últimas semanas, no entanto, pequenos focos da doença provocaram medidas drásticas para cortar radicalmente os contágios.
Na quarta-feira, por exemplo, 1,6 milhão de pessoas em um bairro ao sul de Pequim receberam ordens de não deixar a capital, e várias dezenas de milhares de residentes nesse mesmo bairro não podem sair de suas casas.
A capital registrou 19 pacientes infectados na última semana, alguns deles com a variante britânica, mais contagiosa. Nacionalmente, o Ministério da Saúde relatou 103 novas infecções apenas nesta sexta-feira, seis delas em Xangai e três na capital. Embora o número seja um pequeno declínio em relação a quinta-feira, é um alerta para autoridades.
Xangai, com uma população de 25 milhões, não registrava nenhuma nova infecção local da desde novembro.