O Senado da Argentina aprovou por unanimidade, nesta quarta-feira 18, uma lei que aumentará fundos estatais dedicados ao combate à fome, conforme o país luta contra uma sufocante inflação e o aumento da pobreza. Segundo os últimos dados oficiais divulgados pelo governo, correspondentes ao primeiro trimestre deste ano, 34,1% da população argentina vive abaixo da linha da pobreza atualmente.
A medida estende até o fim de 2022 a lei de “emergência alimentar“, prorrogada diversas vezes desde 2002, após o país enfrentar uma crise de proporções similares no ano anterior. A medida aloca um impulso de 50% do orçamento atual para políticas públicas nacionais nutricionais e alimentares, de acordo com o governo.
A Câmara de Deputados havia votado em esmagadora maioria a favor da medida em 12 de setembro. A lei foi proposta por parlamentares da oposição, incluindo figuras do partido de Alberto Fernández, candidato da oposição peronista e líder nas pesquisas para a eleição presidencial de 27 de outubro.
“A pobreza não é um problema pequeno. Vivemos uma emergência social e alimentar desde 2002”, disse o senador Luis Naidenoff, presidente do bloco do partido governista no Senado.
O crescimento econômico da Argentina está estagnado desde 2018, enquanto a inflação, de 54,5% para os últimos 12 meses, está superando os salários, levando a um crescimento acentuado na pobreza, segundo dados oficiais. A crise econômica aprofundou ainda mais após o resultado de primária em agosto enfraquecer as chances de reeleição do presidente Mauricio Macri.
Macri anunciou várias medidas emergenciais na semana após a primária, em esforço para levar alívio a consumidores, incluindo redução de impostos sobre a venda de alguns produtos alimentares básicos, como pão, açúcar e leite, até o fim do ano.
(Com EFE e Reuters)