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Com amplos desafios à frente, Pedro Castillo toma posse no Peru

Cenário caótico inclui surto mais mortal de Covid-19 no mundo e divisões partidárias, que adiaram formulação de ministérios

Por Da Redação 28 jul 2021, 16h09

Em meio a um cenário caótico, que inclui o surto mais mortal de Covid-19 no mundo e divisões partidárias, o professor e sindicalista Pedro Castillo tomou posse nesta quarta-feira, 28, como presidente do Peru para o período 2021-2026, após prestar juramento diante do Congresso e receber a faixa simbólica. 

Usando seu tradicional chapéu de palha de aba larga e um terno com motivos indígenas, Castillo foi empossado pela presidente do Congresso, María del Carmen Alva. A cerimônia, primeira posse de um chefe de Estado campo andino, longe das elites políticas e centros de poder peruanos, também ocorreu no mesmo dia em que o país celebra os 200 anos da independência em relação à Espanha.

É um imenso orgulho estar neste recinto. Apesar de comemorarmos uma data tão simbólica, nossa história vem de muito antes. Somos um berço de civilizações há mais de cinco mil anos. Por quatro milênios e meio nossos antepassados viveram em harmonia com a natureza”, afirmou, exaltando o fato de ser o primeiro camponês a chegar ao comando do país. 

De origem pobre, o novo presidente é formado em pedagogia, tem mestrado em psicologia educativa e dá aula de história e de espanhol para o ensino médio. Castillo é casado e tem dois filhos, que moram com ele no distrito de Tacabamba, onde nasceu.

O professor rural começou a carreira política em 2002, quando concorreu à Prefeitura de Anguía, um povoado próximo a onde vive. Derrotado, seguiu a carreira como docente das escolas rurais da região e acabou entrando para o sindicato da categoria. Nessa posição, ganhou fama em 2017, quando foi um dos líderes de uma greve nacional do setor.

Logo em seu discurso inicial, o novo presidente disse que será um governo “do povo para o povo” e confirmou que buscará uma nova Constituição para o país, uma de seus principais promessas de campanha. A ideia é uma Carta que dê ao Estado maior papel como regulador do mercado.

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“Juro por Deus, por minha família, por minhas irmãs e irmãos peruanos, camponeses, povos nativos, rondeiros, pescadores, professores, profissionais, crianças, jovens e mulheres, que exercerei o cargo de presidente da República no período de 2021-2016. Juro pelo povo do Peru, por um país sem corrupção e por uma nova Constituição”, disse.

A cerimônia, simples, contou com a presença de todos os representantes dos poderes do Estado, assim como de familiares próximos do presidente.

Também estiveram presentes convidados como o rei da Espanha, Felipe VI, e os presidentes de Argentina, Alberto Fernández; Bolívia, Luis Arce; Chile, Sebastián Piñera; Colômbia, Iván Duque; e Equador, Guillermo Lasso.

Pelo Brasil, o representante foi o vice-presidente Hamilton Mourão. Jair Bolsonaro foi o único presidente de um país vizinho ao Peru que não participou da posse.

Desafios

O professor rural assume o comando do país com a maior mortalidade per capita por Covid-19 e cuja economia luta para se recuperar após a retração de 11,8% em 2020.

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Junto a isso, há amplas divisões internas dentro do partido governista, o Peru Livre. Há uma parcela que deseja um ministério com forte presença da esquerda, enquanto outra mostra maior interesse em um gabinete moderado, com representantes de forças políticas diversas.

Sobre pressão, Castillo já sinalizou para a opção mais variada, citando desejo por nomes técnicos para algumas pastas.

A vitória de Castillo nas eleições foi uma surpresa para muitos peruanos e, sobretudo, representou um duro golpe para a política tradicional no país. Durante a campanha, ele foi enfático ao apontar a necessidade de o Estado intervir mais na economia e insistiu em promover a criação de uma Assembleia Constituinte para criar uma nova Carta Magna, propostas que geraram polêmica.

Castillo também toma posse com a certeza de que não terá facilidade na relação com seus adversários, que já na noite de 6 de junho — quando ele derrotou a candidata de direita Keiko Fujimori no segundo turno — começaram a semear dúvidas sobre a legitimidade de sua vitória.

Sem quaisquer provas contras, e contrariada por órgãos internacionais, Keiko denunciou a existência de uma suposta “fraude” nas urnas cometida por Castillo e seu partido, o Peru Livre. O órgão responsável pela fiscalização das eleições peruanas, o Júri Nacional de Eleições, a Missão de Observadores da União Interamericana de Órgãos Eleitorais e a Missão de Observação Eleitoral da OEA (Organização dos Estados Americanos) concluíram que a contagem dos votos ocorreu de modo regular.

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