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Com 90% dos votos apurados, Netanyahu vence eleições em Israel sem maioria

Apesar do cenário, Likud tem se mostrado confiante de que pode formar um governo com ajuda de desertores do bloco da oposição

Por Da Redação
3 mar 2020, 09h42

Com 90% dos votos apurados em Israel, o partido do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, Likud, lidera uma eleição bastante acirrada nesta terça-feira, 3. Porém, de acordo com os resultados parciais, a legenda ainda não tem a maioria necessária para formar um governo após a terceira votação nacional em menos de um ano.

Netanyahu declarou vitória sobre seu principal desafiante, o ex-chefe das Forças Armadas Benny Gantz, do partido de centro Azul e Branco, na eleição de segunda-feira 2, depois que pesquisas de boca de urna projetaram que sua sigla saiu na liderança.

Mas com quase todos os votos apurados, Netanyahu parece carecer de dois assentos para obter uma maioria no Parlamento, uma diferença que indica que pode voltar a ocorrer um impasse. Uma vitória do premiê de 70 anos na sequência das votações inconclusivas de abril e setembro testemunharia a durabilidade política do líder mais longevo de Israel, que fez campanha sob a ameaça de um julgamento de corrupção iminente.

Ganhar também abriria caminho para Netanyahu cumprir a promessa de anexar os assentamentos judeus na Cisjordânia anexada e o Vale do Jordão depois da eleição, tal como delineado no plano de paz apresentado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Os palestinos rejeitaram a proposta, dizendo que aniquila seu sonho de estabelecer um Estado viável na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, territórios que Israel capturou na Guerra dos Seis Dias de 1967.

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Com cerca de 90% das urnas apuradas, o Likud tinha 36 assentos e o Azul e Branco, 32. Juntamente com partidos de direita e religiosos, Netanyahu poderia formar uma coalizão de 59 cadeiras, ainda aquém da maioria de 61 assentos no Parlamento de 120 vagas. A menos que a contagem dos votos restantes altere o cenário, outra rodada de negociações políticas complicadas se anuncia.

Na eleição de setembro, o Azul e Branco encostou no Likud, ficando com 33 cadeiras diante das 32 do rival, mas nem Gantz, nem Netanyahu conseguiu montar uma coalizão de governo.

Apesar do cenário, o Likud tem se mostrado confiante de que pode formar um governo. O porta-voz da legenda, Jonathan Urich, afirmou nesta terça que só “levará alguns dias” para o partido formar uma coalizão depois que deputados do bloco de centro-esquerda desertarem de suas ligas para apoiar Netanyahu.

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De acordo com o jornal Haaretz, a deputada Omer Yankelevich, do Azul e Branco, teria recebido ameaças de membros do Likud para trocar de lado. Segundo a publicação, os políticos teriam intimidado a parlamentar com uma suposta gravação em que ela aparece desdenhando de Benny Gantz. Pelas redes sociais, Yankelevich afirmou que tudo não passa de um rumor.

(Com Reuters)

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