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Colombianos escolhem o próximo presidente entre dois “outsiders”

O esquerdista Gustavo Petro, ex-guerrilheiro, e o populista Rodolfo Hernández, conhecido pelas declarações preconceituosas, estão empatados

Por André Sollitto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 19 jun 2022, 09h17 - Publicado em 19 jun 2022, 09h00

Neste domingo, os colombianos voltam às urnas para o segundo turno de uma eleição presidencial que tem sido considerada o embate entre os outsiders da política tradicional. No primeiro turno, o esquerdista Gustavo Petro conquistou 40% votos. Seu oponente, o populista Rodolfo Hernández, obteve 28%. Agora, pesquisas apontam empate técnico entre os dois.

A campanha foi marcada apenas por encontros de cada político com seus simpatizantes. Uma ordem judicial foi descumprida e nenhum debate foi realizado, e até ameaças de morte foram relatadas. Quem vencer o pleito encontrará o país dividido, desiludido com os políticos e mergulhado na inflação.

Petro é um ex-guerrilheiro que foi prefeito de Bogotá e ficou em segundo lugar nas eleições de 2018. Se eleito, promete fazer mudanças na economia, incluindo uma reforma fiscal, e diz que vai intensificar o combate ao tráfico de drogas. Mas já foi considerado prepotente e não tem a simpatia dos eleitores conservadores. Se vencer, será o primeiro esquerdista a comandar a Colômbia, que no último século viu o poder se alternar entre a direita e a centro-direita.

Já o empresário Hernández, de 77 anos, é conhecido pelas declarações polêmicas e por criticar a elite local. Ele já descreveu Hitler como um “grande pensador alemão”, afirmou que “idealmente as mulheres deveriam se dedicar à criação dos filhos” e disse que as venezuelanas são “fábricas de crianças pobres”. Quando era prefeito da cidade de Bucaramanga, deu um tapa em um opositor, John Claro, por discordar dele. Em sua conta no TikTok, um fenômeno das redes, investe em uma comunicação escrachada e politicamente incorreta. “Ele não me parece mentalmente são”, afirmou Claro ao jornal inglês The Guardian. “Eu o considero um sociopata”.

O voto não é obrigatório na Colômbia, e 39 milhões de pessoas estão aptas a participar. No primeiro turno, apenas 54% dos eleitores compareceram às urnas.

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