Após a Procuradoria-Geral da Nação da Colômbia suspender os mandatos de prisão contra 19 dissidentes da Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), o presidente colombiano, Gustavo Petro, anunciou nesta segunda-feira 13, mais um passo de apoio à sua política de Paz Total, com uma maior aproximação entre o governo e dissidentes da extinta guerrilha.
O presidente informou que os diálogos com os combatentes serão feitos por meio de uma mesa entre o governo nacional e o Estado-Maior Central, órgão supervisor de direção e comando das Farc, liderado por Néstor Gregório Vera Fernández, popularmente conhecido como Iván Mordisco. Em 2016, quando ocorreram as negociações de paz, o órgão não participou dos acordos.
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“Começa um segundo processo de paz. Será estabelecida uma mesa entre o governo e o Estado-Maior Central”, comunicou Petro.
As negociações com os integrantes do Estado-Maior fazem parte dos compromissos da Lei de Paz Total que Petro assinou no final de 2022. Porém, para conseguir se aproximar da organização, o governo nacional solicitou que a Procuradoria suspendesse os mandados de prisão contra onze dirigentes do grupo dissidente.
Em nota, a Procuradoria esclareceu que, após receber a resposta do presidente expondo os fundamentos constitucionais e legais do pedido de suspensão dos mandados de prisão, 19 pessoas tiveram seus processos suspensos.
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“O Procurador-Geral da Nação, após ponderar os argumentos apresentados pelo Presidente Petro, e de acordo com as suas competências legais e constitucionais, decidiu suspender os mandados de detenção expedidos ou a expedir contra 19 pessoas”, informou o comunicado.
Além disso, a Procuradoria-Geral da República também confirmou que nenhuma das pessoas solicitadas pelo governo nacional possui mandado de prisão para fins de extradição.
Fundada em 1964, as Farc atuaram em uma era de violência política e devastadora no país sul-americano, realizando bombardeios, assassinatos e sequestros em nome da redistribuição de renda. Em 2017, perto de completar um ano do acordo de paz, ex-combatentes formaram o partido político Força Alternativa Revolucionária do Comum, e, em 2018, o grupo participou de um descomissionamento supervisionado pela ONU da última de suas armas acessíveis.