Um ciberataque invadiu os servidores de empresas e serviços públicos de 74 nações ao redor do mundo nesta sexta-feira. Foram registrados pela empresa de segurança russa Kaspersky Lab mais de 45.000 ataques nas últimas 10 horas. A maioria teve como alvo a Rússia.
Os computadores atacados exigiam o pagamento de um resgate para reativar o sistema, bloqueado pelos hackers. O valor, calculado em bitcoins, equivale a 300 dólares (cerca de 940 reais).
Na Inglaterra, o ataque envolveu um tipo de vírus que criptografa dados e bloqueia o usuário chamado ransomware. De acordo com informações do The New York Times, os hackers exploraram uma vulnerabilidade que foi descoberta e desenvolvida pela Agência Nacional de Segurança (NSA).
A ferramenta de hacking foi descoberta por um grupo conhecido como Shadow Brokers, que invadiu o sistema da NSA no início no ano passado. O vírus foi distribuído por e-mail através de um arquivo criptografado e compactado que, quando carregado, permitia que o ransomware se infiltrasse nas máquinas.
A Microsoft lançou uma atualização que evitava a vulnerabilidade dos computadores ao vírus, porém, os hospitais e as entidades que tiveram suas máquinas invadidas não haviam realizado a atualização.
O hospital da cidade de Blackpool também foi afetado e os médicos tiveram que recorrer à caneta e ao papel, de acordo com informações do jornal local The Blackpool Gazette. “Pedimos desculpas, mas estamos tendo problemas com nossos sistemas de computador. Por favor, não venha a A & E a menos que seja uma emergência. Obrigado pela sua paciência”, divulgou o hospital em sua rede social.
Entre as instituições afetadas estão hospitais e empresas de telecomunicações. Na Inglaterra, a rede de televisão BBC informou que se trata do maior ataque cibernético ao serviço de saúde pública já visto até agora.
Na Espanha, os computadores da Telefônica também foram invadidos. A empresa confirmou através de em um breve comunicado, que ocorreu um “incidente de segurança cibernética” e que o ataque visava sua rede interna e não seus milhões de clientes. Na Rússia, a MegaFon, uma das maiores operadoras de celular também teve o seu sistema atacado pelo vírus.
Toda a Europa, Rússia, Ásia, e países como Turquia, Vietnã, Filipinas e Japão, foram afetados.