A China atualizou nesta sexta-feira, 17, o total de pessoas infectadas e mortas pelo novo coronavírus na cidade de Wuhan. De acordo com a agência de notícias Xinhua, as mortes passaram de 2.579 para 3.869, o que representa um crescimento de 50%. Já o total de infectados pelo coronavírus aumentou 325, totalizando 50.333 pessoas.
Segundo o Centro de Controle de Epidemias de Wuhan, a razão para a diferença de dados foi a falta de capacidade do sistema de saúde em coletar e reportar os dados. De acordo com as autoridades chinesas, com as equipes médicas sobrecarregadas, houve relatos tardios ou perdidos, além de pessoas que morreram em casa, pois não conseguiram dar entrada em hospitais.
Os primeiros casos de Covid-19 no mundo foram detectados em dezembro passado em Wuhan, na China. Acredita-se que o vírus tenha se originado em um mercado de frutos do mar na cidade. Ao longo dos últimos meses, a China passou do epicentro da Covid-19 ao primeiro país a colocar em prática uma reabertura após quase dois meses de isolamento social.
Pequim, contudo, não está imune a críticas. O governo vem sendo acusado pelos Estados Unidos de subnotificar os casos e óbitos intencionalmente.
Nesta quinta, a China também foi alvo de condenação do presidente da França, Emmanuel Macron. O chefe de Estado afirmou em uma entrevista ao jornal Financial Times que o país não liberou todos os dados sobre o vírus.
“Obviamente há coisas que aconteceram e que não sabemos. É uma escolha da China falar sobre elas”, disse. Macron afirmou ainda que não é possível comparar democracias ocidentais como França e Alemanha com China e Rússia: “A transparência e o imediatismo da informação não são os mesmos, as redes não são livres nesses países”, afirmou.
Apesar de Pequim afirmar que o coronavírus se espalhou de forma espontânea a partir do mercado em Wuhan, novos questionamentos sobre a origem do vírus foram levantados nesta semana, depois que a emissora americana Fox News levantou a possibilidade do vírus ter escapado por acidente de um laboratório da cidade.
Segundo as fontes do canal de TV, o vírus não infectou o primeiro humano no mercado de Wuhan. Essa teria sido a forma de o governo chinês justificar o início da pandemia. O “paciente zero” trabalharia no laboratório e o novo coronavírus estaria sendo pesquisado pelo governo chinês para demonstrar que o país também capacidade de lidar com epidemias, em uma espécie de “batalha científica”.
Na quinta-feira 16, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que seu país conduziria uma investigação sobre o que aconteceu. “Nós estamos fazendo uma investigação muito minuciosa dessa terrível situação”, afirmou.