A China lançou nesta sexta-feira, 3 um veículo espacial não tripulado para uma histórica missão de dois meses de duração que coletará rochas e solo do lado escuro da Lua. É a primeira vez que um país tenta o feito ambicioso.
O Long March-5, maior foguete da China, decolou às 17h27 de Pequim, 06h27 em Brasília, do Centro de Lançamento Espacial de Hainan. O veículo a sonda Chang’e-6, que pousará na Bacia de Aitken, no Pólo Sul do lado escuro da Lua, que está sempre de costas para a Terra.
O lançamento é mais um marco no programa de exploração espacial da China. Em 2018, a sonda Chang’e-4 deu ao país seu primeiro pouso não tripulada na Lua, também no lado oculto. Em 2020, a Chang’e-5 marcou a primeira vez que humanos recuperaram amostras lunares em 44 anos.
Amostras recuperadas pela sonda Chang’e-6 poderão ajudar os cientistas a analisar a evolução da Lua e do próprio sistema solar.
“O Chang’e-6 visa alcançar avanços na tecnologia de projeto e controle da órbita retrógrada da Lua, amostragem inteligente, tecnologias de decolagem e subida e retorno automático de amostras no outro lado da Lua”, disse Ge Ping, vice-diretor do Centro de Exploração Lunar e Engenharia Espacial da Administração Espacial Nacional da China (CNSA), em entrevista antes do lançamento.
O feito se dá também em um momento em que um número crescente de países, incluindo os Estados Unidos, olha para os benefícios estratégicos e científicos da expansão da exploração lunar. Em janeiro, depois de um feito histórico da Índia, o Japão se tornou o quinto país a pisar na Lua.
No mês seguinte, a IM-1, uma missão financiada pela NASA e projetada pela empresa privada Intuitive Machines, com sede no Texas, pousou perto do pólo sul. O pouso, o primeiro de uma nave espacial fabricada nos EUA em mais de cinco décadas, está entre várias missões comerciais planejadas que desejam explorar a superfície lunar antes da NASA tentar voltar a colocar astronautas americanos no satélite natural, em 2026, e construir o seu acampamento base científico.