A China realizou exercícios militares ao redor de Taiwan nesta quinta-feira, 23, como “punição a atos separatistas”. O país enviou aviões de guerra fortemente armados e fez simulações de ataques contra a ilha no Pacífico, que Pequim considera parte do território chinês. A demonstração de força ocorre três dias após a posse do novo presidente taiwanês, Lai Ching-te, taxado de “encrenqueiro” pelo dragão asiático.
Poder de fogo
O Comando do Teatro Oriental do Exército de Libertação do Povo Chinês (ELP) disse ter iniciado exercícios militares conjuntos, envolvendo o exército, a marinha, a força aérea e a força de foguetes, em áreas ao redor de Taiwan às 7h45 do horário local. Os treinamentos, segundo comunicado, ocorrem no Estreito de Taiwan, no norte, sul e leste da ilha principal (chamada Formosa), bem como ao redor das pequenas ilhas de Kinmen, Matsu, Wuqiu e Dongyin, mais próximas da costa chinesa. Esta é primeira vez que os exercícios incluíram áreas dessas ilhotas.
A mídia estatal chinesa falou em dezenas de caças carregando mísseis reais, que conduziram ataques simulados, junto a navios de guerra, contra alvos militares de alto valor. O Ministério da Defesa de Taiwan disse que 15 navios da marinha chinesa, 16 da guarda costeira e 33 aeronaves estavam envolvidos no treinamento, mas não houve disparos de munições reais.
A operação, apelidada de “Joint Sword – 2024A”, deve durar dois dias. No entanto, como o nome é marcado com a letra a “A”, há possibilidade de possíveis desdobramentos em outras operações.
Taiwan responde
O Ministério da Defesa de Taiwan condenou os exercícios, dizendo que enviou forças para áreas ao redor da ilha. Além disso, garantiu que suas defesas aéreas e forças de mísseis terrestres estão rastreando alvos, e acrescentou que estava confiante de que poderia proteger o seu território.
“A prática de exercícios militares nesta ocasião não só não contribui para a paz e a estabilidade do Estreito de Taiwan, como também destaca a mentalidade militarista (da China)”, afirmou o ministério.
O gabinete presidencial de Taiwan lamentou que a China esteja ameaçando as liberdades democráticas da ilha e a paz e estabilidade regionais com as suas “provocações militares unilaterais”, mas também disse que Taiwan poderia garantir a sua segurança.