O diretor-executivo do Observatório de Direitos Humanos (HRW), Kenneth Roth, declarou ter sido proibido pelas autoridades da China no domingo 12 de ingressar no país. Ele iria divulgar em Hong Kong o mais recente relatório global da entidade sobre abusos dos direitos humanos em 100 países.
Roth afirmou ter ingressado livremente no país no passado para divulgar os relatórios anuais da HRW e que esta foi a primeira vez que se viu barrado no aeroporto. O diretor-executivo da organização está entre os muitos ativistas, jornalistas estrangeiros e acadêmicos impedidos de entrar no território semi-autônomo desde que explodiram protestos pró-democracia há sete meses.
“Neste ano (o novo relatório mundial) descreve como o governo chinês está minando o sistema internacional de direitos humanos. Mas as autoridades acabaram de impedir minha entrada em Hong Kong, ilustrando o agravamento do problema”, publicou Roth em sua conta de Twitter.
Nesta segunda-feira, 13, a China defendeu a proibição da entrada do chefe da HRW dizendo que as organizações não-governamentais são responsáveis pelos distúrbios políticos na cidade semi-autônoma e devem “pagar o preço adequado”.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Geng Shuang, disse que a entidade “incentivou ativistas radicais de Hong Kong a adotarem ações violentas e extremistas” e completou que discriminar a entrada de indivíduos no território “é um direito soberano da China”.
Anteriormente, as autoridades imigratórias de Hong Kong haviam alegado somente “razões imigratórias” como justificativa, segundo Roth.
Sediada em Nova York, a HRW deveria divulgar seu Relatório Mundial de 2020 no Clube de Correspondentes de Hong Kong no dia 15 de janeiro. O ensaio introdutório do documento alerta que o governo chinês está realizando um ataque intensivo ao sistema global de proteção dos direitos humanos.
Roth agora lançará o relatório em uma entrevista coletiva em 14 de janeiro nas Nações Unidas em Nova York.
(Com Reuters)