A China anunciou nesta segunda-feira, 26, sanções contra empresas, pessoas e instituições dos Estados Unidos envolvidas em um projeto de venda de armas de mais de 1 bilhão de dólares a Taiwan, uma ilha considerada por Pequim como território chinês.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Zhao Lijian, afirmou à imprensa que os fabricantes de armas Lockheed Martin, Boeing Defense e Raytheon estão envolvidos, entre outros, nas medidas de represália, que não foram reveladas em detalhes.
O governo americano anunciou na semana passada a venda a Taiwan de 135 mísseis de defesa com capacidade de alcançar a China.
Washington, que se esforça para contra-atacar a influência da China na região, também decidiu vender a Taiwan lança-foguetes táticos por 436 milhões de dólares e equipamentos de imagem para o reconhecimento aéreo por 367 milhões, o que eleva o total dos contratos a 1,8 bilhão de dólares.
Segundo o Departamento de Estado americano, a venda das armas “serve aos interesses econômicos e de segurança nacional dos Estados Unidos, ajudando (Taiwan) a modernizar suas Forças Amadas e a conservar uma capacidade de defesa confiável”. O ministério taiwanês da Defesa destacou que o armamento ajudará Taiwan a “construir uma capacidade confiável de combate”.
Pequim considera Taiwan parte da China e ameaça regularmente recorrer à força em caso de proclamação formal de independência de Taipé ou de intervenção estrangeira, especialmente americana.
O porta-voz chinês disse que as sanções têm o objetivo de “proteger os interesses nacionais” e serão aplicadas contra os que se “comportaram mal no processo de venda de armas a Taiwan”.
“Continuaremos adotando as medidas necessárias para salvaguardar a soberania nacional e os interesses em termos de segurança”, destacou Zhao.
Washington rompeu relações diplomáticas com Taipé em 1979 para reconhecer Pequim, mas continua sendo o aliado mais importante da ilha e seu principal fornecedor de armas.
Desde o final da guerra civil chinesa, em 1949, que levou os comunistas ao poder, Pequim defende que Taiwan não é um país soberano, e sim uma província da República Popular da China. Essa visão é apoiada formalmente pelas Nações Unidas. Apenas 14 dos 193 países da ONU ainda reconhecem a soberania taiwanesa. Os Estados Unidos não fazem parte desse grupo.
A China aumentou a pressão militar e diplomática sobre Taiwan desde a eleição em 2016 da presidente Tsai Ing-wen, que rejeita a visão de Pequim de que a ilha é parte de “uma só China”.
(Com AFP)