O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Zhao Lijian, acusou os Estados Unidos de fazer “terrorismo tecnológico”, nesta quarta-feira, 6, em uma coletiva de impresa em Pequim. O país norte-americano pressionou que a ASML Holding NV e Nikon Corp parassem de vender para a China a tecnologia essencial que produz a maioria dos chips no mundo.
“Este é mais um exemplo da prática americana de diplomacia coercitiva ao abusar do poder do Estado e exercer hegemonia tecnológica. É o terrorismo tecnológico clássico”, afirmou Lijian, no entanto, não disse se a China planeja alguma medida de retaliação em resposta à medida.
A China tem como objetivo se tornar o líder mundial na produção de chips, a restrição norte-americana ampliaria uma moratória existente sobre a venda dos sistemas mais avançados que vem da Holanda e do Japão.
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“Isso apenas lembrará a todos os países os riscos da dependência tecnológica dos EUA e os levará a se tornarem independentes e autossuficientes em um ritmo mais rápido”, acrescentou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês.
As autoridades americanas pediram que a Holanda impedisse a empresa ASML de vender alguns de seus sistemas mais antigos de litografia ultravioleta profunda, ou DUV. Segundo especialistas, essas máquinas não são consideradas tecnologias de última geração, mas são normalmente utilizadas para fabricar chips menos avançados necessários para carros, telefones e computadores.
Se os Países Baixos fizerem um acordo com Washington, a gama de equipamentos proibidos de ir para a China aumentará consideravelmente. Isto causaria um sério problema para os fabricantes de chips chineses da Semiconductor Manufacturing International Corp. e Hua Hong Semiconductor Ltd.
Uma concorrente para a ASML é a empresa japonesa Nikon, que oferece o mesmo produto. Os Estados Unidos também tentam convencer que o Japão pare de enviar a tecnologia para os fabricantes chineses.
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É a segunda vez esta semana que Zhao Lijian discute com o governo norte-americano. Na terça-feira, 5, ele criticou o alerta de Bill Nelson, administrador da NASA, de que a China estaria planejando dominar a Lua. Lijian afirmou que os Estados Unidos têm criado campanhas de difamação contra as ações espaciais da China. Segundo ele, a Administração Espacial Nacional da China sempre promoveu a construção de um futuro compartilhado para a humanidade em suas atividades no espaço. Além disso, refutou que exista uma corrida armamentista no espaço.