A ex-analista militar americana Chelsea Manning, presa desde maio de 2019 por se recusar a depor contra o fundador de WikiLeaks Julian Assange, foi hospitalizada após tentar suicídio em uma prisão na Virgínia, nos Estados Unidos, nesta quarta-feira 11, afirmaram seus advogados.
“Chelsea Manning tentou tirar sua própria vida. Ela foi levada a um hospital e está se recuperando atualmente”, afirmou sua banca de advogados em um comunicado. “Suas ações de hoje evidenciam a força de suas convicções, bem como os danos profundos que ela continua sofrendo como resultado de seu confinamento ‘civil'”.
Manning foi detida por desacato à Justiça depois que se negou a depor diante do grande júri responsável por investigar o WikiLeaks e seu fundador, para quem ela repassou em 2010 uma grande quantidade de documentos confidenciais.
Em abril de 2019, Assange foi detido na embaixada do Equador em Londres, onde permaneceu refugiado por sete anos. Ele é objeto de um pedido de extradição dos Estados Unidos.
Manning foi condenada em 2013 a 35 anos de prisão em uma corte marcial pela divulgação de 750.000 documentos diplomáticos e informações militares, o que provocou um grande embaraço para Washington.
A sentença foi comutada pelo presidente democrata Barack Obama e ela foi libertada em maio de 2017, depois de passar sete anos na prisão, período em que iniciou seu processo de transição para o sexo feminino.
Na época em que vazou os documentos para o WikiLeaks, Chelsea Manning, uma mulher transexual então conhecida como Bradley Manning, era uma analista de inteligência militar.