O governo da região metropolitana de Santiago anunciou nesta segunda-feira, 21, que pelo menos 11 pessoas foram mortas nos conflitos entre autoridades e manifestantes ao longo do final de semana. Uma onda de protestos varre o Chile desde sexta-feira 18, após o aumento na tarifa das passagens do metrô da capital no início de outubro.
Além das vítimas fatais, a “guerra“, como o presidente Sebastián Piñera descreveu os episódios de violência durante o final de semana, resultou em mais de 1.500 pessoas detidas e mais de 10.000 militares nas ruas, reportou o jornal El Mercurio. Estima-se em 300 milhões de dólares o custo para reparar a depredação do metrô de Santiago.
O metrô – que recebe cerca de 40% dos quase 7 milhões de santiaguinos todos os dia – funciona parcialmente nesta segunda-feira. Como decorrência, há longas filas para embarcar nos ônibus e enorme congestionamento.
“A cidade está em paz e na calma”, afirmou cedo nesta segunda o chefe militar responsável pela segurança, Javier Iturriaga, após sobrevoar a capital chilena. Mas, no centro de Santiago, ainda é grande a presença de militares e de policiais. Os grandes estabelecimentos, em geral supermercados e shoppings, decidiram permanecer fechados.
No final de semana, onze dos 16 estados do Chile decretaram estado de emergência e várias cidades tiveram toques de recolher. Desde a ditadura de Augusto Pinochet, encerrada em 1990, os chilenos não sabiam o que era um toque de recolher.
Santiago continuará, pelo terceiro dia seguido, com o toque de recolher nesta segunda-feira. As cidades de Valparaíso e de Concepción, capitais respectivamente da terceira e quarta região mais rica do Chile segundo o Banco Central, também manterão a política.
Ponto de partida dos protestos, o aumento da tarifa do metrô de Santiago foi abandonado pelo governo Piñera no sábado 19. Mas “será requerido aprovar uma lei” para efetivar a suspensão do aumento, afirmou o presidente.
Desde o início de outubro, a tarifa do metrô de Santiago chegou a 830 pesos chilenos (menos de 1,20 dólar) durante o horário de pico. Segundo estimativa da rede de notícias chilena Teletrece, o custo de 50 viagens – equivalente a ida e volta ao longo dos 20 dias úteis no mês – em horário de pico chega a quase 14% do salário mínimo chileno.
(Com AFP)