Após Alexander Lukashenko, presidente de Belarus e fiel aliado da Rússia, se mostrar favorável a um cessar-fogo sem pré-condições na Ucrânia, o Kremlin afirmou nesta sexta-feira, 30, que negociações de um acordo de paz duradouro não permitiriam que o país atinja os objetivos de sua “operação militar especial”.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse a repórteres que o presidente russo, Vladimir Putin, vai discutir o assunto com o chefe de Estado bielorrusso na próxima semana. No entanto, segundo Peskov, os objetivos da Rússia na Ucrânia não podem ser alcançados no momento caso os combates sejam interrompidos.
“Em relação à Ucrânia, nada está mudando, a operação militar especial continua porque hoje esse é o único meio à nossa frente para atingir nossos objetivos”, afirmou o porta-voz.
De acordo com ele, partes do plano proposto pela China para a paz na Ucrânia eram “irrealizáveis no momento, devido à falta de vontade – ou melhor, à incapacidade – do lado ucraniano de desobedecer a seus supervisores e comandantes”.
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O comentário foi uma referência às alegações sem comprovação de Moscou de que aliados ocidentais da Ucrânia ordenaram que Kiev não busque um cessar-fogo.
Peskov reiterou que a Ucrânia deve aceitar as “novas realidades” no terreno, onde a Rússia tomou e alegou ter anexado mais de um sexto do território.
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Em defesa, a Ucrânia afirmou que a Rússia deve retirar suas tropas como um precursor de qualquer acordo de paz. Kiev também acrescentou que qualquer cessar-fogo temporário só permitiria que a Rússia reagrupasse para uma futura ação militar.
Para Moscou, os Estados Unidos e seus aliados estão usando a Ucrânia como parte de uma “guerra híbrida” na qual o objetivo final é infligir uma derrota estratégica à Rússia. Em contrapartida, a Ucrânia e o Ocidente dizem que as reivindicações da Rússia são infundadas e não justificam a invasão.