Cerco judicial se fecha contra oposição de Trump a apresentar seu IR
Juiz de Nova York exige oito anos de declarações de Imposto de Renda e derruba imunidade do presidente americano, que apelou da decisão
Uma velha guerra jurídica reascendeu nos Estados Unidos nesta segunda-feira, 7, quando o juiz Víctor Marrero, de Nova York exigiu que o presidente americano, Donald Trump, entregasse imediatamente suas declarações de Imposto de Renda dos últimos oito anos. Marrero rejeitou a alegação da defesa do magnata de que, como presidente, tem imunidade e tratou esse argumento como “abuso do Poder Executivo”.
Em agosto, a Promotoria de Manhattan emitiu ordem para o escritório de contabilidade Mazars entregar as declarações de renda pessoais e jurídicas de Trump. Nesta segunda-feira, logo após ter o seu pedido de imunidade rejeitado, o presidente americano entrou com recurso contra a decisão de Marrero.
O juiz atendera ao pedido da Promotoria de Nova York de acesso aos documentos fiscais de Trump e da Fundação Donald J. Trump. Os promotores investigam os pagamentos em dinheiro feitos pelo então advogado do magnata, Michael Cohen, para a atriz pornô Stormy Daniels.
Cohen está preso, condenado a três anos por silenciar-se sobre os casos amorosos de Trump durante a campanha eleitoral de 2016 e por ter dado declarações falsas à Justiça sobre os interesses do magnata na construção de uma Trump Tower em Moscou, na Rússia.
Quando anunciou a campanha em 2015, o presidente prometeu liberar suas declarações de Imposto de Renda, mas isso nunca aconteceu – nem em campanha, nem após assumir o cargo. Neste ano, a comissão parlamentar que investiga as questões fiscais tinha dado à Casa Branca até abril para Trump entregar os documentos. A resposta foi que ele “jamais” entregará suas declarações de impostos.
Trump é o primeiro líder dos Estados Unidos em quase 40 anos a se recusar a liberar essas informações. Apesar de sua resistência, o cerco está se fechando. Ao intensificar a batalha no tribunal, restará menos espaço para suas manobras. A questão também deverá pesar na coleção de aflições presidenciais, que inclui o inquérito de impeachment na Câmara dos deputados. Até mesmo os advogados de Donald Trump não vão conseguir rebater as intimações de entrega de documentos e de depoimento de seus aliados para sempre.
(Com EFE)