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CBS demite diretor-executivo após acusações de assédio sexual

Leslie Moonves e emissora anunciaram a doação imediata de 20 milhões de dólares a organizações que apoiem o movimento #MeToo e a igualdade de gênero

Por Da Redação
Atualizado em 10 set 2018, 11h23 - Publicado em 10 set 2018, 10h05
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  • A emissora americana CBS anunciou neste domingo (9) a saída imediata de Leslie Moonves, que presidiu a companhia durante 15 anos, após a publicação de novas denúncias de assédio e abuso sexual na revista The New Yorker.

    A própria empresa emitiu um comunicado anunciando o acordo de demissão feito com o diretor e informando o nome do seu sucessor interino no cargo, Joseph Ianniello.

    Moonves, de 68 anos, foi denunciado neste domingo na New Yorker por seis mulheres que o acusam de agressão sexual e de ter dificultado suas carreiras, impedindo promoções.

    Uma delas disse ao jornalista Ronan Farrow, autor da matéria na revista americana, que Moonves a forçou a fazer sexo oral e depois empurrou-a violentamente contra uma parede. Em julho, outras seis mulheres já haviam denunciado o executivo por assédios e beijos forçados.

    A CBS informou também no comunicado publicado em seu portal que a empresa e Moonves vão doar imediatamente 20 milhões de dólares a uma ou mais organizações que apoiem o movimento #MeToo e a igualdade de gênero no trabalho.

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    A emissora indicou que o dinheiro poderá sair de uma eventual indenização que Moonves receberá por sua demissão. O pagamento, porém, só será feito quando forem revelados os resultados de uma investigação das denúncias de abuso encomendada pela CBS.

    Há rumores de que Moonves poderia receber 100 milhões de dólares em ações. Seu contrato prevê uma indenização de saída de 180 milhões de dólares. A CBS, contudo, afirmou que na atual situação e diante de todas as acusações “não pagará nenhuma indenização”.

    Uma das mulheres que acusaram Moonves de assédio, Jessica Pallingston, afirmou à New Yorker que pagar uma indenização seria “completamente repugnante”.

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    O movimento Time’s Up, que replica o #MeToo em vários setores econômicos, denunciou no Twitter a existência de “uma cultura tóxica de cumplicidade na CBS”.

    “A emissora tem a obrigação de agir rapidamente e de maneira determinada para criar um ambiente de trabalho seguro para todos”, completou.

    Moonves nega veementemente todas as acusações e afirma que elas fazem parte de uma campanha para difamá-lo.

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    Assédios

    No último mês de julho, seis mulheres, entre elas pelo menos uma atriz e uma roteirista que tiveram vínculos profissionais com o diretor-executivo da CBS, alegaram que ele as assediou sexualmente há mais de duas décadas.

    Quatro delas afirmaram que, durante reuniões de trabalho, Moonves tentou beijá-las ou acariciá-las. Duas afirmaram ainda que o diretor as intimidou fisicamente ou ameaçou destruir suas carreiras. Asseguraram, além disso, que o homem se tornou distante ou hostil depois que elas rejeitaram seus avanços.

    Os assédios denunciados pela reportagem mais recente da New Yorker aconteceram entre 1980 e o início dos anos 2000. As mulheres acusaram Moonves de tê-las obrigado a praticar sexo oral, ter se exibido sem o consentimento destas ou ter usado violência física e intimidação contra elas.

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    Uma das mulheres, Phyllis Golden-Gottlieb, uma veterana executiva de televisão, disse que no ano passado apresentou uma denúncia criminal no Departamento de Polícia de Los Angeles contra Moonves acusando-lhe de tê-la subjugado e obrigado a praticar sexo oral.

    Também alegou que Moonves supostamente se expôs e que a atirou violentamente contra uma parede e, embora a polícia tenha considerado que sua queixa era “crível”, a promotoria não o processou porque o tempo para fazê-lo tinha prescrito.

    (Com EFE e AFP)

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