Uma caravana de 2.000 emigrantes centro-americanos está a caminho da fronteira entre o México e os Estados Unidos nesta segunda-feira, 20. O grupo ainda está em território da Guatemala e deverá alcançar a fronteira mexicana nos próximos dias, em claro desafio ao compromisso do governo de Andrés Manuel López Obrador em conter os movimentos migratórios.
Alguns grupos menores já cruzaram a divisa com o México no fim de semana passado, apesar dos esforços da polícia mexicana para bloquear a passagem dos centro-americanos. Mas a maioria das pessoas permanece na cidade fronteiriça de Tecún Umán, na Guatemala, à espera de mais integrantes na caravana para cruzar a divisa.
De acordo com o Ministério do Interior do México, o país recebeu cerca de 1.100 migrantes pelos estados de Chiapas e Tabasco e ofereceu várias opções de asilo, de acordo com os diferentes status migratórios, e postos de trabalho no sul do país. Contudo, quem não aceitar a proposta ou pedir refúgio não receberá o passe de conduta segura que permite a entrada nos Estados Unidos.
Não ficou claro que tipo de trabalho o México tem em mente para migrantes, já que a taxa de pobreza do país é 34,8% e mais de 2 milhões de mexicanos estão desempregados. O país, entretanto, se vê ainda ameaçado pelo governo de Donald Trump de imposição de barreiras comerciais se novas caravanas alcançarem dua fronteira sul.
Segundo o governo da Guatemala, ao menos 4.000 pessoas vieram de Honduras desde quarta-feira 15, em uma das maiores ondas desde que esses dois países. Além do México e de El Salvador, a Guatemala igualmente assinou com Washington um acordo para manter em seus territórios os que pretendem solicitar refúgio nos Estados Unidos até que seja analisado.
Após a icônica caravana de outubro de 2018, que reuniu mais de 4.000 pessoas em Tecun Uman Àquela época, para evitar o aumento de tarifas no comércio bilateral, o presidente mexicano enviou 6.000 soldados da Guarda Nacional para a fronteira com a Guatemala para bloquear a caravana de imigrantes.
Enquanto isso, El Salvador, Guatemala e Honduras assinaram o Acordo de Cooperação de Asilo, em troca da liberação de um auxílio econômico dos Estados Unidos, de143 milhões de dólares, segundo o jornal americano The Washington Post.
(Com Reuters)