O governador do estado Miranda (centro) da Venezuela, o opositor Henrique Capriles, assegurou que o processo de Assembleia Nacional Constituinte convocada pelo presidente do país, Nicolás Maduro, será usado para “cortar cabeças”.
“Eles disseram por que querem a Constituinte, é para cortar cabeças, para tirar a procuradora. Não escutei ninguém do governo dizer que essa Constituinte será para que haja comida e remédios, é só para cortar a cabeça da procuradora e qualquer um que não compartilhe das suas decisões”, disse o opositor.
Em declarações à imprensa no início de uma manifestação opositora em Caracas, o ex-candidato presidencial aplaudiu a atitude da procuradora-geral, Luisa Ortega Díaz, que, apesar de ser vinculada ao chavismo, declarou publicamente sua posição contra a Constituinte.
“Se membros do Ministério Público e se outros magistrados assumem a Constituição e defendem os direitos dos venezuelanos, vamos aplaudir”, disse o opositor.
O vice-presidente venezuelano, Tareck el Aissami, defendeu a saída da procuradora-geral do Ministério Público, uma vez que a Assembleia Constituinte seja eleita e tenha a faculdade de ditar decisões acima de qualquer outro poder do estado constituído.
Este processo aumentou as tensões no país, que desde o início de abril vive uma onda de manifestações a favor e contra o governo, algumas das quais desencadearam em fatos violentos que deixaram, segundo a Procuradoria, 67 mortos, mais de mil feridos e pelo menos 422 detidos.
(Com EFE)