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Câmara dos EUA investiga Trump por possível manipulação de documentos

Segundo agência independente do governo americano, ex-presidente teria levado caixas de registros da Casa Branca para sua casa na Flórida, violando lei

Por Da Redação Atualizado em 10 fev 2022, 11h45 - Publicado em 10 fev 2022, 11h36

Um comitê da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos investiga se o ex-presidente Donald Trump violou a Lei de Registros Presidenciais, após caixas de documentos da Casa Branca serem descobertas na residência do republicano na Flórida e surgirem relatos de que ele destruiu registros enquanto estava no cargo.

Segundo a Administração Nacional de Arquivos e Registros dos EUA, agência independente ligada ao governo, Trump teria levado ao menos quinze caixas de documentos da Casa Branca após deixar a Presidência.

Segundo a Lei de Registros Presidenciais, os registros feitos por um presidente em exercício e seus funcionários devem ser preservados nos arquivos do governo, e um líder de saída é responsável por entregá-los ao fim de seu mandato.

Os documentos, que teriam informações confidenciais, foram devolvidos somente em janeiro deste ano, um ano após Trump deixar a Casa Branca, depois de disputas judiciais entre a defesa do ex-presidente e a agência de arquivos. Entre os documentos, segundo a mídia americana, estariam as versões originais de uma carta que o ex-presidente Barack Obama deixou para Trump quando ele foi empossado e de cartas enviadas pelo líder norte-coreano, Kim Jong-un, ao republicano. 

Nesta quinta-feira, 10, a presidente do comitê que investiga o caso, a democrata Carolyn Maloney, disse estar “profundamente preocupada que estes registros não foram entregues à Administração Nacional de Arquivos e Registros imediatamente ao fim do governo Trump e aparentam ter sido retirados da Casa Branca”.

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De acordo com o Washington Post, citando duas pessoas ligadas ao tema, a agência independente pediu uma investigação do Departamento de Justiça. Além disso, o comitê também pediu as comunicações feitas entre assessores de Trump e o Arquivo Nacional sobre as caixas desaparecidas e informações sobre o que poderiam conter.

Embora os registros sejam centrais para qualquer Presidência, no caso de Trump são ainda mais importantes já que estão no centro de uma investigação de outra comissão da Câmara, que analisa a invasão ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021, que tinha objetivo de impedir a certificação de vitória do presidente Joe Biden e deixou cinco mortos.

Em janeiro, a Suprema Corte americana rejeitou um recurso do ex-presidente para barrar da acesso da comissão a cerca de 700 documentos da Casa Branca no período em que estava na Presidência. 

Apesar de o conteúdo exato dos documentos ser desconhecido, é provável que inclua e-mails, rascunhos de discursos e registros de visitantes que poderiam revelar o que aconteceu exatamente na Casa Branca durante o ataque ao Capitólio e dias próximos ao evento.

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A decisão do Supremo é mais um duro golpe ao ex-presidente. Em documento apresentado também em janeiro, a procuradora-geral de Nova York, Letitia James, afirmou que seu escritório encontrou “evidências significativas” de fraude em uma investigação civil contra Trump, dois de seus filhos e uma de suas empresas, a Trump Organization.

A investigação da procuradora sobre o assunto está em andamento desde março 2019, mas nenhuma acusação foi formalizada até o momento. A inquirição teve início após Michel Cohen, ex-advogado de Trump, testemunhar ao Congresso que as declarações financeiras anuais do ex-presidente inflacionaram os valores de ativos para obter termos favoráveis para empréstimos e seguros.

Junto a isso, o ex-presidente também foi acusado de ter revisado um projeto de decreto que tinha como objetivo autorizar a guarda nacional a confiscar as máquinas de votação. 

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