Fortalecido pela sua vitória nas eleições de 12 de dezembro, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, conseguia uma confortável aprovação de seu projeto de retirada do Reino Unido da União Europeia em 31 de janeiro de 2020. O projeto obteve 358 votos favoráveis ao Brexit, com apenas 234 contrários. “Nós viemos juntos como um novo Parlamento para quebrar o impasse e finalmente conseguir realizar o Brexit“, declarou o premiê ao final da votação.
O projeto prevê que a implementação do Brexit deva ser concluída antecipadamente, em 31 de dezembro de 2020. A União Europeia preferia um período mais longo de transição. Johnson terá 30 dias, a partir desta sexta-feira, para apresentar aos europeus os objetivos de seu governo em uma negociação que deverá envolver os temas mais nevrálgicos, como a questão da fronteira entre a Irlanda do Norte (britânica) e a República da Irlanda (membro do bloco), segundo o jornal The Guardian.
Johnson deverá encaminhar ao Parlamento projetos de lei sobre quatro áreas diretamente afetadas pelo Brexit: uma nova regulamentação sobre imigração, para substituir a europeia, que prevê a livre movimentação; agricultura, especialmente sobre a compensação aos produtores rurais pela perda dos subsídios da Política Agrícola Comum); comércio exterior; e meio ambiente.
Durante a votação, seis deputados do Partido Trabalhista, de oposição, viraram a casaca e votaram com o primeiro-ministro. Dos 359 votos em favor da medida, 352 vieram da ampla base conservadora construída por Johnson nas eleições deste mês. Com os trabalhistas votaram o Partido Nacional Escocês, que agora ameaça conduzir um referendo de secessão do Reino Unido, os liderais-democratas, os democratas-unionistas e outras legendas minoritárias.