Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

Brasil sinaliza que revidará eventual ataque das forças da Venezuela

Palácio do Planalto não confirma presença de mísseis russos a 15 km do lado venezuelano da fronteira e trata possível desabastecimento em Roraima

Por Denise Chrispim Marin Atualizado em 22 fev 2019, 20h11 - Publicado em 22 fev 2019, 19h38

O governo brasileiro sinalizou nesta sexta-feira, 22, que revidará eventual ataque das forças da Venezuela e que a operação de ajuda humanitária se estenderá caso a fronteira entre os dois países continue fechada por ordem do líder venezuelano, Nicolás Maduro. O porta-voz da Presidência, general Otávio de Rêgo Barros, insistiu que não há confirmação oficial do posicionamento de mísseis venezuelanos na região de fronteira, apontados para o Brasil.

“Os planejamentos relacionados a todo espectro geopolítico da nossa soberania estão atualizados”, afirmou Rêgo Barros, referindo-se aos protocolos militares de reação a qualquer agressão à soberania do país, baseados em preceitos constitucionais. “Não ‘conjuncturamos’ poder de combate”, disse pouco antes, ao ser questionado sobre a presença dos mísseis.

O portal Defesanet, especializado na área militar, informou na quinta-feira que o governo de Nicolás Maduro posicionara o Sistema de Mísseis de Defesa Aérea S-300VM, de origem russa, no aeroporto de Santa Helena de Uairén, cidade venezuelana a apenas 15 quilômetros de Pacaraima (RR). O S-300VM inclui lançadores, sistemas de radares e apoio. No dia anterior, Caracas havia deslocado tropas e blindados da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) para o mesmo município.

Rêgo Barros sublinhou duas vezes que a operação brasileira para a Venezuela tem “caráter exclusivamente humanitário”, em um indicação de que Brasília não planeja nenhuma medida agressiva contra o país vizinho.

Questionado sobre possíveis divergências de avaliações da equipe de governo sobre o risco de violência na fronteira, Rêgo Barros foi enfático. “No nosso governo não tem divisão. Há unicidade, e qualquer informação sobre grupos que se antagonizam não são verdadeiras”, declarou.

Continua após a publicidade

Rêgo Barros apresentou essas informações à imprensa ao final da reunião de emergência sobre a Venezuela convocada pelo presidente Jair Bolsonaro. Do encontro, no Palácio do Planalto, participaram representantes da Casa Civil, dos ministérios da Justiça, Defesa, Relações Exteriores, Agricultura, Desenvolvimento Regional, Educação, Comunicação e Economia, da Secretaria de Governo, do Gabinete de Segurança Institucional, além da Receita Federal, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Anvisa e ANTT.

O porta-voz informou que a convocação desse gabinete de crise sobre Venezuela teve como estopim as duas mortes resultantes do confronto de militares da FANB com civis venezuelanos da comunidade indígena de Kumarakapai, a cerca de 80 quilômetros de Pacaraima. Os ministérios convocados continuarão a munir Bolsonaro com informações ao longo do final de semana.

Avião da FAB que leva as doações para a Venezuela
Avião da FAB deixa Brasília carregado com 200 toneladas de ajuda humanitária para os venezuelanos: produtos brasileiros e dos Estados Unidos – 22/02/2019 (TV NBR/Divulgação/Agência Brasil)
Continua após a publicidade

Na reunião, a operação de envio de ajuda humanitária foi alterada. Primeiro, o governo aceitou acolher produtos dos Estados Unidos no seu carregamento de produtos básicos para os venezuelanos. No total, a carga que chegou nesta sexta-feira à Base Aérea de Boa Vista soma 200 toneladas de alimentos e 500 kits de primeiros socorros.

A outra alteração foi a decisão de o Brasil não deslocar essa ajuda até Pacaraima. A carga continuará na Base Aérea. Caminhões venezuelanos deverão ir até lá buscá-la e terão o apoio policial em seu trajeto até Pacaraima. Segundo Rêgo Barros, há apenas um veículo pronto para ser carregado. A terceira mudança foi a extensão do prazo de envio em “mais alguns dias” depois de sábado, 23, na expectativa de que Maduro reabra a fronteira e aceite receber a ajuda humanitária.

O líder oposicionista Juan Guaidó, reconhecido pelo Brasil como presidente interino da Venezuela, marcou para este sábado, 23, o ingresso da ajuda internacional por diferentes pontos das fronteiras do país. Com as alterações, o governo brasileiro acredita na possibilidade de enviar sua ajuda sem que a atitude seja vista como provocação por Caracas.

Continua após a publicidade

Desabastecimento em RR

O governo anunciou também que tomará medidas para evitar o desabastecimento de produtos básicos e de combustíveis em Roraima, devido o fechamento da fronteira, e para impedir apagões no estado, onde a energia elétrica é gerada por usina térmica a diesel.

Nos últimos dias, com a ameaça de bloqueio por Caracas, milhares de venezuelanos correram para Pacaraima e Boa Vista em busca de provisões. Os estoques para os consumidores brasileiros caíram. Acostumados a abastecer seus veículos em Santa Helena de Uairén, onde um litro de gasolina custa cerca de R$ 0,04, os brasileiros já enfrentam problemas para conseguir combustíveis. O posto mais próximo está em Boa Vista.

“O governo não permitirá o desabastecimento ao nosso povo, ao nosso sangue verde-amarelo. Estamos nos antecipando e sobrepondo a um possível desabastecimento, para não deixar que a população de Roraima sofra”, declarou Rêgo Barros.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.