Brasil e Grupo de Lima não reconhecem vitória de Maduro na Venezuela
Grupo de Lima convocou seus embaixadores em Caracas para consultas e concordou em "reduzir o nível de suas relações diplomáticas com a Venezuela"
O governo brasileiro, integrante do Grupo de Lima, não reconhece como legítimo o resultado das eleições na Venezuela, de acordo com nota divulgada nesta segunda-feira, 21, pelo Ministério das Relações Exteriores. A votação, realizada no domingo, terminou com a reeleição de Nicolás Maduro com 67,7% dos votos.
Segundo o Itamaraty, o Brasil “lamenta profundamente” que a Venezuela não tenha atendido aos repetidos chamados da comunidade internacional “pela realização de eleições livres, justas, transparentes e democráticas”. O governo brasileiro afirmou ainda que “seguirá empenhado em seus esforços de mitigar os efeitos da crise humanitária” no país e em acolher os refugiados que entrarem em território brasileiro.
“Nas condições em que ocorreu — com numerosos presos políticos, partidos e lideranças políticas inabilitados, sem observação internacional independente e em contexto de absoluta falta de separação entre os poderes —, o pleito do dia 20 de maio careceu de legitimidade e credibilidade”, diz a nota do Itamaraty.
“O Brasil continuará atuando, inclusive na Organização dos Estados Americanos (OEA), em favor do restabelecimento da institucionalidade democrática, do Estado de direito e do respeito aos direitos humanos na Venezuela’, completa o comunicado.
As relações do Brasil com a Venezuela estão prejudicadas desde que o governo de Caracas expulsou, em dezembro do ano passado, o embaixador brasileiro no país. Em resposta, o governo brasileiro retribuiu a decisão e declarou o encarregado de negócios da Venezuelano em Brasília persona non grata.
Grupo de Lima
Os 14 países do Grupo de Lima convocaram seus embaixadores em Caracas para consultas e concordaram em “reduzir o nível de suas relações diplomáticas com a Venezuela”, em protesto contra o polêmico processo eleitoral.
Os países do Grupo de Lima “não reconhecem a legitimidade do processo eleitoral que teve lugar na República Bolivariana da Venezuela, concluído em 20 de maio passado, por não estar em conformidade com os padrões internacionais de um processo democrático, livre, justo e transparente”, afirma um comunicado oficial, divulgado também nesta segunda-feira.