Brasil apoia proposta no G20 contra bloqueio de Trump em redes sociais
Ernesto Araújo endossou a iniciativa do México após conversa com o chanceler mexicano na terça-feira
O governo brasileiro apoiou uma inciativa do México para protestar no G20 contra a decisão de diversas redes sociais de bloquear contas ligadas ao ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump. O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, tratou do tema em um encontro virtual com o chanceler mexicano na terça-feira 2.
“Na ótima conversa com o chanceler Marcelo Ebrard do México ficamos de trabalhar juntos no G20 pela liberdade de expressão na Internet —uma prioridade do Brasil desde o início do governo e mais ainda agora ante o risco de que as redes se tornem instrumento de controle social”, escreveu o ministro no Twitter, após a conversa.
Na ótima conversa com o Chanceler Marcelo Ebrard do México ficamos de trabalhar juntos no G20 pela liberdade de expressão na Internet -uma prioridade do Brasil desde o início do governo e mais ainda agora ante o risco de que as redes se tornem instrumento de controle social.
🇧🇷🇲🇽 https://t.co/hHdQZGZ0L3— Ernesto Araújo (@ernestofaraujo) February 3, 2021
Em janeiro, Donald Trump foi bloqueado de uma série de redes sociais por incentivar o discurso de ódio e espalhar desinformação. O estopim para a decisão foi a invasão do Capitólio em 6 de janeiro por apoiadores do ex-presidente, que após serem incitados pelo seu discurso usaram a violência para tentar impedir a confirmação da vitória do democrata Joe Biden nas eleições presidenciais de novembro. O episódio deixou cinco mortos.
Entre as plataformas que bloquearam Trump estão o Twitter, Facebook, Instagram, YouTube, Snapchat, TikTok, Reddit e Twitch.
A publicação do chanceler brasileiro não cita diretamente a decisão contra o republicano, mas o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, lançou a iniciativa no G20 como uma resposta direta ao bloqueio das contas de Trump.
López Obrador foi um dos principais críticos da decisão das redes. Ele disse que as empresas não podem “suspender a liberdade de expressão” e comparou a ação das plataformas à Inquisição.
Em sua própria conta no Twitter, o Itamaraty afirmou ainda que Brasil e México “convergiram na urgência de trabalhar no G20 e outros foros em favor da liberdade de expressão nas redes”.