Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

Botswana descriminaliza homossexualidade

País é um dos primeiros a abolir normas contra a comunidade LGBT na África; Código Penal previa prisão de até sete anos para pessoas homoafetivas

Por Da Redação
Atualizado em 30 jul 2020, 19h45 - Publicado em 11 jun 2019, 16h12
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Juízes da Suprema Corte de Botsuana decidiram que leis criminalizando relações entre pessoas do mesmo sexo são inconstitucionais e devem ser extintas imediatamente, em uma grande vitória para os ativistas de direitos LGBT na África.

    Nesta terça-feira, 11, em um tribunal lotado, centenas de pessoas comemoraram a decisão unânime, tomada apenas um mês depois de um retrocesso no Quênia, em que uma corte rejeitou uma tentativa similar de extinguir as leis da era colonial.

    “A dignidade humana é ferida quando grupos minoritários são marginalizados”, defendeu o juiz Michael Leburu ao ler o veredito. “A orientação sexual não é moda. É um atributo importante da personalidade de um indivíduo”, completou.

    A decisão vai na contramão da maioria dos países do continente, em que a homossexualidade continua sendo ilegal. Em vários deles, pessoas da comunidade LGBT podem ser condenadas à prisão perpétua ou à morte.

    Continua após a publicidade

    Botswana é considerada uma das nações mais estáveis e democráticas da África mas as práticas homossexuais continuavam sendo passíveis de punição segundo seu Código Penal de 1965.

    “Uma nação democrática é aquela que incorpora tolerância, diversidade e uma mente aberta. A inclusão social é fundamental para acabar com a pobreza e prosperidade compartilhada. O Estado não pode ser um delegado no quarto das pessoas”, discursou Leburu.

    “Esta é uma decisão histórica para lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros de Botswana”, disse ao Guardian Gunilla Carlsson, diretora executiva da UNAids, o programa das Nações Unidas criado para ajudar nações no combate à AIDS. “Ela restaura a privacidade, o respeito e dignidade à comunidade LGBT do país. É um dia para celebrar o orgulho, a compaixão e o amor.”

    Continua após a publicidade

    Ativistas temiam que o governo iria manter as leis opressivas sob o argumento de que a homossexualidade é “não africana”. A organização não governamental (ONG) LeGaBiBo, sediada em Botswana, afirma que as normas, prevendo até sete anos de prisão para os homossexuais, “infringiam a dignidade básica do ser humano.”

    Em março, na corte da capital do país, Gaborone, advogados à favor da causa LGBT exaltaram a maior aceitação de relacionamentos homoafetivos pela opinião pública e afirmaram que os empregadores locais também rejeitam a discriminação com base em sexualidade, argumento à favor da inclusão da comunidade.

    Continua após a publicidade

    Em 2016, um tribunal de Botswana já havia decidido que o governo não podia se recusar a registrar uma organização representando homossexuais e outros grupos minoritários.

    Em um encontro para discutir a violência de gênero em dezembro, o presidente Mokgweetsi Masisi, falou sobre as “muitas pessoas” em relacionamentos homossexuais que “foram violadas e sofreram em silêncio”. “Assim como outros cidadãos, eles merecem ter seus direitos protegidos”, disse o chefe de Estado.

    Entre os países africanos, Angola, Moçambique e Seichelles também aboliram leis “anti-gay” nos últimos anos. Enquanto isso, na Tanzânia, autoridades em Dar es Salaam, sua maior cidade, lançaram uma série de campanhas contra a comunidade LGBT. Na última delas, o governo pediu para que os cidadãos identifiquem as pessoas gays para que elas possam ser detidas.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.