Bombardeios em cidade portuária no Iêmen deixam 52 mortos
Houthis acusam a coalizão liderada pela Arábia Saudita pelo novo massacre na única área onde chegam alimentos no país
Pelo menos 52 pessoas morreram e 102 ficaram feridas em um bombardeio que atingiu um mercado de peixes e frutos do mar e a entrada de um hospital em Hudaida, no Iêmen, informaram as autoridades locais nesta quinta-feira (2).
“Até o momento, contabilizamos 52 mortos e 102 feridos no mercado e na entrada do hospital”, indicou o diretor do Departamento de Saúde da cidade, Abdel Rahman Yaral, vinculado ao governo dos rebeldes houthis.
A emissora Al Masira, também controlada pelos houthis, afirmou, citando como fonte o ministro de Saúde do governo rebelde, Taha al Mutawakil, que o número de mortos é de 55 e o de feridos, 130.
Somente no mercado, foram registradas 17 mortes após o ataque com dois projéteis. Outras 20 pessoas ficaram feridas no mesmo local.
A Cruz Vermelha informou no Twitter que está enviando material cirúrgico para atender os feridos nos ataques.
Em comunicado, o Comitê Supremo Revolucionário dos Houthis, órgão executivo dos rebeldes que governam o Iêmen, acusou a coalizão liderada pela Arábia Saudita pelo novo massacre.
“A realização desses massacres confirma a atuação terrorista da aliança agressora americano-saudita e seus aliados no Iêmen. São crimes de guerra”, indicaram os rebeldes na nota.
A cidade de Hudaida é controlada pelos rebeldes houthis, que lutam contra a coalizão liderada pelos sauditas desde 2015, quando teve início uma campanha de bombardeios contra o país. A aliança foi acusada em várias oportunidades de atacar alvos civis.
As forças governamentais do Iêmen, com apoio saudita, lançaram em junho uma ofensiva para recuperar o controle de Hudaida. A operação foi interrompida no mês seguinte para abrir espaço para negociações de paz com os rebeldes, mediadas pela ONU.
Hudaida está situada no litoral do Mar Vermelho e abriga o principal porto do Iêmen. Quando a coalizão saudita iniciou sua ofensiva contra a cidade, muito se falava sobre os riscos humanitários dos ataques.
Cerca de 8,4 milhões de iemenitas passam fome e, para a maior parte deles, o porto é o único local onde podem obter suprimentos de comida.
(Com EFE)